segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Questão hamletiana...

Depois de dois meses indo e vindo para meu refúgio no meio do mato,
fico me questionando se ainda quero,
se ainda preciso, se ainda faz sentido morar na cidade...
Todas as convenções e conselhos apontam para ficar,
afinal ainda não tenho idade para me enfurnar no mato pra sempre...
Mas, para sempre não é todo dia? Quando é para sempre?
E se eu morrer amanhã, onde fica o para sempre??
Minha intuição mostra que o para sempre a gente constrói diariamente,
através das nossas ações, das nossas relações.
Se morar na cidade significa apenas ganhar mais dinheiro,
eu não sei se faço tanta questão assim de ganhar dinheiro
e perder saúde...
Porque é assim que me sinto
cada vez que fico parada num congestionamento
sem sentido e cada vez mais perigoso,
porque onde tem muita gente, tem roubo, violência, maldade...
Sinto-me perdendo tempo quando fico nas cada vez mais constantes filas que temos que enfrentar.
Sinto-me perdendo tempo e saúde quando passo uma semana inteira de sapatos,
quando abro a janela e não consigo ver a lua, muito menos as estrelas,
quando tenho tosse porque o ar está pesado demais,
quando sento num restaurante e pago uma fortuna para comer mal e ser mal atendida
porque tem uma fila enorme esperando...
Será que morar numa cidade como São Paulo
não é deixar a vida escorrer pelos dedos nas filas, no trânsito ou mesmo dentro de casa,
com a janela fechada por causa do barulhos,
as portas trancadas por causa do medo
e o corpo travado de falta de ar, de mar, de sol, de céu, de estrelas...???
Eis a questão...
Namaste.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Parar é ir contra o rio...

O ser humano é um bicho bem esquisito mesmo...
Por medo de mudar, somos capazes de nos apegar até ao sofrimento...
Permanecemos em casamentos errados, empregos errados, cidades erradas...
Porque mudar dói...
Sair da zona de conforto é aterrorizador...
Por isso, vamos ficando em nossos pequenos e conhecidos mundinhos,
só porque já o conhecemos...
É preciso que saibamos que nada nessa vida é permanente,
nem o sofrimento...
Portanto, se você está em uma situação desconfortável,
perdendo seu tempo, sua vida, seus sonhos,
por medo do diferente, do desconhecido,
saiba que tudo está em movimento, tudo está passando,
como um rio
e permanecer estagnado é ir contra o fluxo,
é ir contra o rio...
Namaste...