terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Pequenos samadhis

Gostamos de ficar descalços, de sol, de flores, de frutas, de passarinhos.
E quem não se comove com um por do sol?
Se nos sentimos tão bem perto da natureza, por que fugimos dela?
Por que cada vez mais sapatos, roupas, acessórios nos separando dela?
DVDs, carros, Ipods, Ipads, Imacs, Itudo...
Se a cada coisa que compramos, a cada desejo que realizamos,
imediatamente, surge um outro desejo no lugar...
Logo, concluímos que não seremos mais felizes conforme comprarmos mais coisas.
Seremos mais felizes conforme vivermos as coisas simples da vida,
como andar descalço na areia da praia ou pisar nos seixos rolados de uma linda cachoeira de água da nascente...
Minha escolha foi a da cachoeira...
A possibilidade de tomar banhos de água pura, intocada, cristalina...
A cada fim de semana, tenho uma surpresa, sempre pequenos samadhis,
aqueles momento que parece que tudo se encaixa
e sentimos que até poderíamos morrer de tão perfeito...
Momentos de total sintonia com a natureza e com o Ser que sou
e tantas vezes esqueço.
Samadhis são momentos muito simples.
Não tem nada a ver com luzes piscando, tremores, levitações
e muito menos, shows pirotécnicos.
É compreender que tudo está perfeitamente bem do jeito que está
e se ainda não está, vai ficar...
Neste carnaval, tive a oportunidade de, por escolha,
retirar –me com meu amor em nosso paraíso e trocar as escolas de samba por passarinhos,
batuques pelo som cordial do rio e a multidão pela solidão consentida.
A melhor solidão que se pode ter. Aquela em que não estamos sós...
Namaste...

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