quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Mesa redonda sobre Yoga!!!

É com muito prazer que convido a todos vocês para mais um debate sobre Yoga aplicada ao cotidiano.
Desta vez, teremos a participação da Cris Couto, querida amiga, atriz e praticante de yoga!
A primeira palestra que fizemos, Renata, Greice e eu, foi tão legal que resolvemos repetir a dose!!!
Se puderem aparecer, ficaremos muito felizes.
Namaste...


segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Autocrítica

Fui viajar com a minha mãe para "território neutro"
pela primeira vez na minha vida.
Nós nos vemos com frequência, mas sempre em território conhecido:
a casa dela em Recife e a minha em São Paulo,
fora outros momentos idílicos em nosso paraíso,
mas ali não conta,
porque a paz reina solenemente...
Alugamos um apartamento em Paris em quatro mulheres:
minha mãe, tia, prima e eu.
Não podíamos ter ficado em lugar melhor,
o bairro era lindo, descolado,
com a maior diversidade por metro quadrado de Paris.
As pessoas alegres, leves, lindas e descontraídas,
fora a comida dos restaurantes judaicos, gregos, japoneses, indianos, árabes...
Enfim, pra quem é brasileiro, onde todo mundo tem sangue de preto, índio, europeu, judeu e árabe, estávamos no paraíso.
Tudo foi absolutamente perfeito, até o roubo que sofri no metrô,
Mas só fui entender isso depois...
Bateram a minha carteira em Paris...
Por uma questão óbvia: só andava a pé ou de metrô
e no Brasil, ando trancada em um carro...
Ali, eu não só estava exposta, como cuidando de minha mãe e tia, para que não caíssem, que não se perdessem, ou que não fossem roubadas...
Acabei me descuidando da bolsa num metrô lotado,
segurando as duas e quando cheguei em casa,
vi que estava sem carteira.
Podia ter segurado melhor a bolsa,
nem ter deixado ali documentos que eram brasileiros e desnecessários.
Aprendo que esse jeito confiante do qual sempre me orgulho, de que nada de mal vai acontecer porque se tudo é espelho, e eu não faço mal a ninguém, não roubo ninguém, nem engano ninguém, portanto nada de mal vai acontecer comigo...
Mas “existem muito mais coisas entre o céu e a terra do que pode conceber a nossa vã filosofia” e tudo que nos acontece é prasada, um presente de Deus que devemos saborear com amor.
Autocrítica: no momento que descobri o roubo,
fiquei nervosa, chorei e estressei quem estava do meu lado.
Sabedoria: respirar muito antes de reagir a algum ato inesperado...
Já aconteceu, ninguém se machucou, tudo vai se resolver...
Tudo isso eu compreendi minutos depois, mas houve o momento em que me identifiquei totalmente com o fato, a situação, a carteira, o dinheiro e os documentos, a chatice que vai ser fazer tudo de novo...
E perdi o controle dos meus atos, ou seja, fiquei nervosa.
E fui ajudada pela minha família, a qual eu deveria cuidar...
Ou seja, os papéis se invertem o tempo todo no amor,
e precisamos ter a humildade de pedir e aceitar ajuda quando precisamos.
Quando chegamos a Lisboa, pegamos os taxis que ficam na porta do aeroporto.
Como sempre, puxei assunto, falamos sobre história, contamos piadas, falamos de culinária, enfim, estava desarmada e entregue, querendo gostar da cidade...
O cara nos deixou no meio da rua, cheias de malas, dizendo que era proibido subir carro na ladeira super íngreme onde ficava o hotel, desligou o taxímetro e cobrou o dobro do que estava marcando o taxímetro.
Enfrentei, não paguei, mas me identifiquei novamente com a minha indignação e subi bufando as ladeiras até o hotel e descarreguei a raiva no porteiro que não tinha nada com isso...
Autocrítica: se estivesse calma, poderia ter anotado a placa do malandro, ter chamado a polícia e saber que aquele era um caso individual.
Não agi com discernimento. Agi pela emoção, movida pela indignação da grosseria de um malandro que certamente não era a maioria.
A má impressão durou algumas horas, e mais uma vez fui amparada e cuidada pela minha família...
Nada é pessoal. As pessoas dão o que elas podem dar naquele momento...
Não podemos esperar que as pessoas e os fatos sejam como a gente idealiza.
As coisas são como elas tem que ser, na medida exata, e tudo acontece para que aprendamos quem somos de fato quando tiramos todos os papéis que representamos.
Ainda e sempre terei muito a aprender...
Sei que estou no começo do caminho,
mas pelo menos, já dei os primeiros passos...
E quanto a ter perdido o controle da situação,
sei que me encaixo naquela categoria de yogis que praticam muito
porque precisam muuuuito praticar....
Namaste...

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

CONVITE

É com muito orgulho que quero convidar a todos para assistir a este espetáculo,
cujo texto é meu, com a ótima atriz Renata Zhaneta e direção de Roberto Lage.
Estréia dia 8/09 e fica em cartaz até dia 18/11 no Teatro Eva Hertz,
as quartas e quintas, 21 horas!!!




quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Impressões...

Uma visita ao Centre Georges Pompidou em Paris é obrigatória.
Além de abrigar o Museu de Arte Moderna, com exposições permanentes, tem as itinerantes que são uma preciosidade.
Agora está acontecendo uma exposição só com artistas do sexo feminino, chamada ELLES@centre Pompidou.
Ou seja, tiraram o lugar de honra sempre ocupado pelos homens e deram para as mulheres.
São cerca de 500 obras, de 200 artistas., como Frida Khalo, Louise Bourgeois, Yoko Ono, Diane Arbus, e Niki de Saint Phalle
Do Brasil, tem Ligia Clarck.
Adorei e achei super criativa e interessante a video arte de uma americana chamada Andrea Fraser. Ela faz uma crítica super bem humorada aos museus e as curadorias em geral.
Vestida como uma guia de museu, ela vai mostrando bebedores, extintores de incêndio, sofás, como se fossem obras de arte.
Mostra como os curadores estão sempre escolhendo as obras por seus próprios interesses e como a burguesia, ignorante, engole as maiores baboseiras como se fosse arte!
Gostei também de um video arte chamada Frontiere, onde a artista, Sigalit Landau usa fios de arame farpado como um bambolê e enquanto ele gira, o arame vai marcando seu corpo.
Outro video arte que me chamou atenção foi de Nikki de Saint Phale, onde ela fica atirando em pinturas para expressar a sua raiva.
Estava lá também a Sophie Calle, aquela artista que foi abandonada pelo seu amor em Tokio e criou as obras como forma de superar a perda. Chama-se Douleur Exquise.
A exposição é dividida em temas e em cada sala, um texto de escritoras como Virginia Wolf, Susan Sontag, Margerite Yourcenar para ilustrar o tema.
Gostei de uma autora que escreveu:"É impossível para mim imaginar a alma humana destituída de rebeldia. Seria como um corpo sem sangue."
E. claro, da sempre maravilhosa Virginia Wolf: " Duas coisas são indispensáveis para o ato criativo: quinhentas libras por ano e um quarto só para si..."
Concordo e assino embaixo!
Namaste...