Um poema...

Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...

O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...

Eu não tenho filosofia; tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...
(Fernando Pessoa)

Sobre a morte...

A morte de um amigo aponta diretamente para a nossa falibilidade...
Ou melhor, para a falibilidade do nosso corpo.
Este corpo que nasce e que, sabemos, vai morrer.
O tibetano é mesmo um povo sábio quando medita diariamente sobre a morte,
afinal é a única certeza que temos...
E ainda assim nos espantamos com ela, a morte...
Perdemos completamente o chão,
ficamos com medo.
Mesmo sabendo que esta vida e este corpo são apenas temporários...
Essa angústia aparece por causa da nossa ignorância espiritual...
Nós ignoramos que já somos eternos e completos,
que tudo está perfeitamente bem do jeito que está,
e passamos a vida buscando estar adequados
a algo que nem sabemos direito o que é...
A boa notícia é: já somos livres, perfeitos,
e já estamos onde queremos estar...
Quanto aos amigos que vamos perdendo pela vida...
resta-nos saber que a distância é temporária...
Assim como nosso corpo...
Namaste

Da solidariedade...

Fomos, Marcela, Fernanda e eu, visitar este abrigo para idosos e ficamos surpresas com as instalações
e a dedicação com os "velhinhos" que eles recebem.
O abrigo é aberto a pessoas com mais de 60 anos que não possam se sustentar.
O lugar é fruto do sonho de uma senhora que ajudava os outros com sua sabedoria
e conseguiu o terreno e a casa como doação de um grande empresário
e teve a sensibilidade de perceber que aos idosos, em nossa sociedade,
infelizmente não se dá muita atenção!!!

Nós ligamos para eles e o que mais precisavam era de fraldas geriátricas!
Eles precisam muito. Tamanho G.
Mas precisam também de ajuda financeira
e tem um projeto chamado "Adote um velhinho",
em que você pode pagar por Pay Pal, tudo muito seguro!!!

http://www.ondinalobo.org.br/index.asp?ondina=campanhavelhinho

Afinal, todos ficaremos "velhinhos" um dia...
Namaste...

Yoga na cozinha...

Ontem fui entrevistada sobre a relação do Yoga com a comida...
Yoga e o ato de cozinhar tem tudo a ver.
Yoga é uma prática que nos leva a sair da zona de conforto,
a explorar lugares dentro e fora de nós,
"nunca antes navegados"...
Cozinhar requer disposição entrega e dedicação.
E nos tempos de hoje, em que tudo vem pronto pra descongelar e comer,
cozinhar o próprio alimento é também "sair da zona de conforto"...
Andar contra a corrente...
Quando você vai praticar yoga,
escolhe, limpa, e prepara o lugar da prática.
Na cozinha, você escolhe, lava, corta e prepara o alimento para ser cozido...
Na prática, você escolhe os asanas de acordo com a energia do dia e das suas necessidades
físicas e espirituais.
Na cozinha, você escolhe os alimentos de acordo com a estação
e decide o cardápio dependendo do clima que está fazendo..
A meditação é o caminho que nos leva a desidentificação com os conteudos da mente...
Cozinhar requer total atenção ao momento presente e isso não deixa de ser uma forma de meditar...
O Yoga te leva ao auto conhecimento e com isso, a Moksha,
ou seja, a libertação do sofrimento de não sabermos quem somos,
e de nos acharmos incompletos...
Quando cozinhamos, aprendemos muito sobre entrega e expectativas,
pois nunca sabemos se o que fazemos vai agradar aos outros.
Cozinhamos com todo amor e respeito por quem vamos alimentar,
mas não temos o controle sobre o resultado da nossa comida...
O Yoga te ensina a ver no outro, a divindade que existe em você,
e assim, agir de acordo com o Dharma, de forma ética e não violenta!!!
Namaste...

Impermanência

A borboleta conta conta momentos e não meses,
e tem tempo de sobra.
(Tagore)