quarta-feira, 28 de abril de 2010

Quem somos?

"Quando compreendemos quem somos
independente dos papéis que representamos
nos desvencilhamos dos problemas inerentes
a esses papéis.
Objetivamente falando,
nós não temos problemas
que sejam realmente nossos.
Os problemas são
dos papéis que representamos".
Swami Dayananda

segunda-feira, 26 de abril de 2010

O primeiro vira lata...

Ontem soube de uma cadela que foi encontrada num terreno baldio,
morrendo de medo, de frio e de fome...
Soube que há inúmeros casos de gente
que abandona seus cachorros nas ruas,
nos parques, em pets, em postes,
hotéis,na estrada...
Penso em como estas pessoas devem ter problemas sérios de consciência...
Porque ninguém que faz isso pode conseguir dormir em paz...
Principalmente pensando que aquele ser é totalmente dependente e devotado a você...
Pessoas que resgatam cães relatam
que eles ficam totalmente deprimidos,
muitas vezes, esperam por dias no mesmo lugar onde foram deixados,
e se recusam a comer...
Onde fica o dharma nisso tudo?
Quando fazemos uma escolha,
principalmente quando envolve a vida de outros,
devemos saber que somos responsáveis
por aqueles que escolhemos cuidar...
É totalmente legítimo, por motivos de mudança de vida,
sermos obrigados a doar nossos pets.
Afinal, tem situações na vida da gente em que não cabe um animal.
Neste caso, podemos procurar centros de adoção,
ONGs, amigos,
sempre vai haver um jeito de garantir um local seguro,
companhia e alimento pro seu cão...
Mas abandonar???
Virar as costas e sair andando???
E o dharma???
Por causa de atitudes assim,
há lindos e dóceis bichinhos em vários centros de adoção
a espera de um lar...
Quando resolver adotar um,
pense muito bem em como será daqui a dez anos,
que é mais ou menos o tempo
que ele vai viver...
E antes de comprar cachorro de raça
com pedigree e coisas mais,
dê uma passada num abrigo de animais.
Tem de todas as raças e não raças
lindos, jovens e velhos,
vacinados e castrados,
e, certamente muito mais gratos
do que os que nunca passaram por um abandono ...
Depois do primeiro vira lata,
mais vira latas!!!
Esta é a minha experiência...
Namaste...

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Atma

"Atma não se liberta.
Atma já é livre.
A pessoa precisa se livrar
da idéia de que precisa
se libertar,
pois já é livre..."

terça-feira, 20 de abril de 2010

Dharma...

Hoje estava preparada para dar uma aula de yoga bem técnica,
de alinhamento, uma aula de sattva yoga,
método que gosto muito e sempre utilizo
em minhas aulas e práticas pessoais.
Todos os alunos deitados, respirando...
E entra uma aluna falando que outra aluna
tinha levado uma pancada de um carro
ao atravessar a rua e estava chorando lá fora...
Instantaneamente, o foco da aula mudou!
Tinha que mudar!
Estamos ali para servir aos alunos,
que sairam do conforto de suas casas para praticarem conosco...
Acalmei a aluna que, depois conseguiu entrar na sala
e todos se sentaram em postura de meditação.
A aula que deveria ser de alinhamento
transformou-se em uma aula de yogaterapia,
respiração e relaxamento...
Fiz o que deveria ter feito.
Cumpri meu dharma....
E espero que tenha ajudado a minha aluna...
Namaste...

KRÍSIS

KRÍSIS: vácuo desorientador,
que se estabelece
quando os critérios
que orientam o juízo
por alguma calamidade histórica,
política ou natural,
se vêem suspensos,
abolidos e anulados.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Amizade...

Hoje duas amigas vieram me visitar...
Amigas de quando eu tinha 12 anos...
Delicia de encontro.
Somos as mesmas e não somos...
Somos as mesmas porque nos reconhecemos,
lembramos e nos emocionamos
com pessoas e casos há tantos anos...
Não somos as mesmas
porque crescemos, aprendemos, mudamos tanto...
e que bom que mudamos...
Seguimos o fluxo...
Somos as mesmas
porque apesar do tempo
nossa entrega não mudou...
Não somos mais as mesmas
porque cada uma seguiu sua direção
e viveu coisas tão diferentes...
Agradeço
por me trazerem de volta lembranças
impagáveis
e nos agradeço por respeitarmos
nossas diferenças
apesar de tudo,
apesar do tempo,
apesar da saudade...
Namaste...

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Banalização

O comentário da minha amiga Renata sobre o post anterior
me inspirou a postar
e refletir um pouco mais sobre a banalização
que a TV e o cinema fazem da violência...
E pior: a TV torna herói até os delinquentes
porque os expõe de uma forma que pode até inspirar um garoto
a fazer o mesmo:
"Se ele vira manchete em horário nobre e capa de revista,
também quero virar"...
E aí se repetem cada vez mais os sequestros e assassinatos
que se tornam reality shows...
Tudo isso porque vende mais, dá mais ibope...
Fora os filmes que, praticamente, ensinam técinicas de terrorismo
das mais avançadas.
Tudo isso pra que?
Pra justificar a fabricação cada vez maior de armas e arsenais nucleares???
Para nos defender do "bandido"???
O bandido que foi fabricado pela própria mídia???
Por que não dar mais espaço para discussão de idéias
e programas educativos???
Perguntas que não calam nunca...
Por que???

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Lucidez

Segue parte de um texto enviado por e-mail pela minha mãe e que resolvi postar aqui porque considero que toca num ponto muito importante: a mídia, no caso a Globo, costuma transformar em celebridades pessoas que não tem absolutamente NADA a dizer, nenhum talento, nenhum conhecimento. Acho cruel o quanto se arrecada a cada "paredão", dinheiro este que deveria ir para creches, escolas, hospitais, moradias, etc,etc,etc...
Proponho uma reflexão.
Namaste...

"A Vergonha" - crônica de Luiz Fernando Veríssimo sobre o BBB

Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB),
produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos
chegar ao fundo do poço. A décima (está indo longe) edição do BBB é uma
síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil
encontrar as
palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta
inteligência.

Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor
como
Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se
submete a ser apresentador de um programa desse nível. Em um e-mail que
recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda
do
humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo. Eu
gostaria de
perguntar se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de
valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.
Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro
repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e
meio
de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os
de
heróis. Caminho árduo? Heróis? São esses nossos exemplos de heróis?
Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros,
profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os
professores), carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores
incansáveis
que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação,
competência e amor e quase sempre são mal remunerados...

Heróis são milhares de brasileiros que sequer tem um prato de comida
por dia
e um colchão decente para dormir, e conseguem sobreviver a isso todo
santo
dia.
Heróis são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas
porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna.
Heróis são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, ONGs,
voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes,
doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna heroína Zilda
Arns).
Heróis são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas
contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado
em
outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo.


O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não
acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos
telespectadores, nem
aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o
incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos
como valor, ética, trabalho e moral. São apenas pessoas que se prestam a
comer, beber, tomar sol, fofocar, dormir e agir estupidamente para que,
ao
final do programa, o "escolhido" receba um milhão e meio de reais. E ai
vem
algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o
comportamento humano". Ah, tenha dó!!!

Veja o que está por de tra$$$$$$$$$$$$$$$$ do BBB: José Neumani da Rádio
Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas
ligarem
a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo
e a
Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou
repetir:
oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão.
Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse
dedicada a
programas de inclusão social, moradia, alimentação, ensino e saúde de
muitos
brasileiros?
(Poderia ser feito mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000
computadores!)
Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e
indignação,
por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores.
Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário
Quintana
ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema..., estudar... ,
ouvir
boa música..., cuidar das flores e jardins... , telefonar para um
amigo... ,
visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... , namorar...
ou
simplesmente dormir. Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de
dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi
construída nossa sociedade.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Food Revolution

O chef Jamie Oliver está fazendo um projeto/manifesto
a favor de uma revolução completa na forma de alimentação.
Conheço o livro "A Revolução na Cozinha"
e já dei alguns de presente porque aprendi muito com ele
e considero fundamental sua proposta:
trocar a comida industrializada
por outra mais simples, natural e caseira.
No livro, ele ensina várias pessoas que nunca cozinharam na vida
a prepararem pratos simples, nutritivos, saborosos,
e mais baratos do que alimentos processados.
Os depoimentos dos aprendizes mostram
que isso mudou suas vidas.
Nas primeiras páginas,
ele pede que tenhamos um compromisso, um pacto:
ensinar para outras quatro pessoas,
e que elas ensinem para outras quatro e assim por diante.
A idéia surgiu quando ele constatou que as escolas dos EUA e da Inglaterra
serviam uma merenda absolutamente calórica e sem nutrientes aos alunos.
O livro virou um programa de televisão muito interessante
que mostra o quanto os americanos foram resistentes
a este inglês que acha que pode salvar o mundo...
E eu acredito que pode!!!
Pelo menos, ele faz a parte dele....
Namaste...



sexta-feira, 9 de abril de 2010

We are the ocean!



"If you were a wave in the ocean
and someone asked you
what you are
would you answer
"I am a wave"
or woud you answer
"I am the ocean"???

terça-feira, 6 de abril de 2010

Lição da chuva

Chove muito hoje aqui em São Paulo e no Rio...
Por lá, as coisas estão bem mais feias do que aqui...
Até pela geografia da cidade, entre morros, mar e lagoa,
sem falar na ameaça diária de guerra civil...
Hoje a ordem é não sair de casa...
Então por que não aproveitarmos o dia
para fazer coisas que gostamos
ou aquelas que estamos adiando há tanto tempo?
Por que não aproveitar para, de fato, ficar em casa?
Voltar o olhar para dentro, para o que somos
ao invés de olhar apenas para o que fazemos...
E o que somos? Quem somos?
Como assim ficar em casa
enquanto mundo alaga ao meu redor???
Sim, ficar em casa para se lembrar
do cheiro de uma boa comida no fogão
Sim, ficar em casa
para ouvir as músicas que te fazem dançar...
Sim, ficar em casa e dar aqueles telefonemas
ou responder os e-mails atrasados
Sim, ficar em casa e arrumar os armários,
as caixas guardadas que se acumulam,
as roupas que não são usadas há tempos,
embalagens de coisas que ficaram obsoletas
limpar, esvaziar, tirar tudo o que não serve mais
todos os conceitos que ficaram para trás,
todas as certezas que se transformaram,
criar espaço para que venha o novo...
Mudar, reciclar, olhar as mesmas coisas
com olhos diferentes e deixar ir
tudo o que não serve mais.
Ao invés de reclamarmos da chuva,
recebermos com amor,
ao invés de resistir,
receber, aceitar...
Fiz o que tinha que fazer na rua
e voltei correndo pra casa
e desde então, já li, cozinhei, escrevi,
ouvi música, arrumei armários
e aprendi muito com o silêncio deste dia...
Namaste...

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Esvaziando armários...

O cupim é um bicho estranho e violento.
Silenciosamente, vai comendo tudo o que vê pela frente,
Antigamente, comiam apenas madeiras não nobres.
Hoje atacam tudo, inclusive concreto e papéis.
O fato é que eles chegaram com tudo na minha casa,
nem se escondiam mais, estavam lá, pra quem quisesse ver,
nos armários, portas e teto do banheiro, comendo livros, descaradamente,
e tive que colocar toda minha vida pra fora dos armários.
Meu Deus, como tenho coisas guardadas!!!
Quantos casacos contando histórias de tantas viagens,
sapatos de calçadas e trilhas de tantos lugares,
Saias, vestidos, camisetas, peças sem o menor uso,
mas que trazem nas suas fibras
os lugares que conheci.
Faz alguns anos que sempre que compro algo novo,
dou uma coisa que não uso mais.
Assim a energia circula, penso.
Mas havia coisas das quais não conseguia me livrar
e elas me acompanhavam há anos...
Como se me garantissem
que ainda voltaria para aqueles lugares...
Mas o que compreendi agora
que todas as coisas estão fora dos armários
é que pude olhar para elas e dar-lhes a devida importância,
mas saber que não sou mais a mesma pessoa que as comprou.
Nem elas são as mesmas roupas e sapatos,
mesmo que eu tenha tentado apreender
momentos felizes dentro dos armários...
Percebi que todas as experiências que eu vivi
não necessitam de armários para serem guardadas,
porque é da substância delas que sou feita,
portanto não posso perder o que sempre foi meu...
E quanto aos armários,
descobri que eles são mito mais interessantes
quando estão vazios...
Namaste...