terça-feira, 11 de agosto de 2009

entrevista

Entrevista comigo no site da Prana Yoga Journal
Tereza Freire
Professora de Yoga, locutora e historiadora conta os ensinamentos que a prática lhe proporcionou



Por Natália Dourado

EY: Quando ocorreu seu primeiro contato com o Yoga? Como aconteceu?

Comecei a praticar em 1999, na Competition, por curiosidade e com todos os preconceitos do mundo. Na primeira aula, eu já me rendi. Descobri que era isso que eu estava procurando e, como muitos ocidentais, fiquei seduzida pelo aspecto físico do Yoga. O espiritual veio depois. Acabei descobrindo um caminho sem volta.

Há quantos anos você pratica Yoga? E há quanto tempo você dá aula?

Pratico há 10 anos e dou aulas há 3. Fiz curso de formação com o Pedro Kupfer , pensando que seria apenas por diletantismo, mas fiquei tão fascinada que resolvi compartilhar o conhecimento que adquiri.

Quais as principais recomendações que você dá para seus alunos que desejam se aprofundar na prática?

Asana é apenas o caminho e não o fim. Yoga tem muito mais para oferecer. Faça cursos, retiros, estude e procure a companhia de quem pratica há mais tempo que você.

Sua formação é em Hatha Yoga e especialização em Sattva Yoga. O que te atraiu em cada estilo e o que aprendeu de mais relevante em cada um deles?

A formação do Pedro Kupfer é completa. Ali se aprende muito mais do que a parte física do Yoga. Com ele, entrei em contato com Vedanta e mudou totalmente o sentido da minha prática. Já o Sattva Yoga veio depois. Eu estava com problemas sérios nas costas e em um workshop com o Gustavo Ponte, fiquei encantada com a prática e fui ao Chile estudar com ele. Fiz também uma formação que considero fundamental com a Susan Andrews. Uma pessoa muito forte, apesar da aparência doce e frágil. Com ela, aprendi que Yoga é um caminho sem volta e que “There’s no free lunch”, ou seja, estamos nesta vida para trabalhar.

Quem são seus mestres? O que eles te ensinaram que você colocou em prática na sua vida?

Acho que ainda não devo estar pronta, pois o mestre ainda não apareceu. Respeito vários mestres, entre eles Amma e Swami Dayananda. Com Amma, tive uma epifania. Diante dela, senti o mundo se dissolver e isso é muito forte. Respeito todos os professores que tive porque foram eles que me ensinaram e me inspiraram neste caminho. E cada vez mais, percebo que o mestre é você mesmo porque os professores nos ajudam a tirar o véu da ignorância, mas o bom mestre quer que você siga o seu caminho.

De que maneira o Yoga transformou a sua vida?

Completamente! Tanto que me tornei professora. Porque senti na pele a força deste ensinamento e quis dividir com os outros por pura gratidão.

Você é historiadora, locutora e já aliou a prática de Yoga com seu trabalho quando escreveu e dirigiu o documentário Caminhos do Yoga, em parceria com a jornalista Daisy Rocha. Como foi essa experiência?

Este filme foi um presente que o Yoga me deu e só aconteceu graças a Daisy, que produziu e viabilizou todo o projeto. Eu estava começando a prática e essa imersão na cultura hindu me levou a lugares de mim mesma que eu nem sabia que existiam. Acho que isso aparece no filme. Não é um documentário de um expert e sim de uma aspirante, de alguém que olha sem julgar. Talvez essa seja a riqueza de Caminhos do Yoga.

Para fazer o documentário, você viajou para a Índia. Foi a primeira vez que você esteve nesse país? O que mais chamou sua atenção?

Foi a primeira vez que fui e ainda não voltei. Pretendemos fazer outro documentário no sul da Índia com a mesma equipe. O que me chamou a atenção foi o fato de a filosofia estar completamente integrada na cultura deles; não é algo distante e acadêmico como no ocidente. E as pessoas são o mais bonito retrato da Índia.

Há planos para unir produção de DVD e Yoga novamente? Você continua atuando como locutora também?

Fui convidada para fazer a locução do DVD da Prana Yoga Journal, o que me honrou muito, pois sou fã da revista e pela possibilidade de juntar os dois trabalhos que faço. E sim, continuo fazendo locuções; é um trabalho maravilhoso que não me toma muito tempo e me permite praticar e dar aulas. As locuções permitem que eu dê apenas uma aula por dia. Dou aulas na escola Satya Mandir Yoga.
Você dá aulas na Mata Atlântica, onde também cultiva alimentos orgânicos e ervas medicinais. Onde é o local e como são as aulas?
Casa Crudo, é este o espaço na Mata Atlântica que é um projeto de vida. Um lugar muito especial para onde vou todos os fins de semana. Cultivar os alimentos que como tornou-se uma prioridade e quero dividir este prazer com amigos e alunos. Lá, praticamos, fazemos caminhadas, colhemos o que vamos comer e preparamos juntos as refeições. No fim da tarde, fazemos massa de pizza e, à noite, acendemos o forno à lenha e abrimos um bom vinho porque ninguém é de ferro. Costumamos dizer que nossa alimentação é sem crueldade, porque o termo vegetariano ainda assusta muita gente, o que é uma pena.

Você acha imprescindível ser vegetariana para praticar Yoga?

Não acho que seja imprescindível ser vegetariano para praticar, mas se você se aprofundar, verá que não faz o menor sentido ser cúmplice de uma indústria suja e predadora. Parei de comer carne por convicção política e espiritual, mas tem pessoas que precisam comer carne por recomendação médica. Se fosse o meu caso, eu trocaria de médico.
Quais são seus próximos projetos?

Estou escrevendo um blog chamado Yoga na vida e quero transformar esta experiência em livro. Quero também fazer retiros, como o que farei no fim de setembro em Maresias e participar dos retiros dos amigos. E a curto prazo, participar do Sangam e ficar em Mariscal para o módulo três do curso do Pedro Kupfer. Além disso, agora que estou com estúdio de voz em casa, pretendo gravar livros de yoga para deficientes visuais e claro, estudar vedanta na Índia!

Para saber mais sobre Tereza Freire visite:

http://yoganavida.blogspot.com

www.satyamandiryoga.com.br

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