quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Somos yoguis, não importa que estilo seguimos...

Sempre tive vergonha de cantar, até participar de um kirtan pela primeira vez.
Entoar os nomes de Deus dava sentido ao canto, não importaria a afinação, a correta pronúncia do sânscrito,
importava apenas a intenção.
E quem há de dizer que isso não é meditação?
É como se o coração derretesse em forma de lágrimas
que escorrem de felicidade
em deixar-se tomar pelo amor incondicional que estes cantos revelam.
Cantar os nomes sagrados equivale a mergulhar na profundidade dos sastras tentando comprender o sentido da vida.
O que difere é o meio. Um usa o intelecto e o outro, o coração. Mas ambos compartilham a entrega, a devoção.
Um é jnanin; outro é bhakta. Mas somos todos yoguis, não importa se cantamos para Krishna ou Shiva;
ou se seguimos este ou aquele mestre, desta ou daquela linhagem.
Importa que saiamos de nosso estado de adormecimento e despertemos.
Importa que nos desidentifiquemos de nossos inúmeros vrittis.
Há alguns paradoxos na maneira de nos relacionarmos com o yoga que não entendo...
Se yoga significa juntar, ligar, tornar-se um, como podemos dividi-lo em títulos por ordem alfabética como em uma enciclopédia? Por que criamos tantos rótulos que acabam por nos dividir em guetos?
O que era para tornar-se uma egrégora, corre o risco de virar torcida organizada de futebol.
Com direito a pancadaria verbal e moral. Tudo isso pra que?
Pra provar o que para quem?
Para ser o melhor? Mas se todo o esforço é no sentido da desidentificação, do desapego, no sentido da unidade,
do todo, do somos todos um...
Pra que ser o melhor?
Se for assim, o que estamos praticando não é yoga e sim, o último lançamento da indústria da moda, estrelado por Madona.
Quando estamos unidos pelo canto ou pelos estudos, desaparecem estilos do sul ou do norte, de fulano ou sicrano,
somos realmente um, uma só alma, uma só testemunha, um só ser...
Então, cantemos, amigos, na cama, no chuveiro, no mar ou na montanha, pois como diz o ditado:
quem mantra, os males espanta!
Que estejamos protegidos e unidos.
Que estejamos nutridos e unidos.
Que possamos trabalhar juntos pelo bem da humanidade.
Que o nosso saber seja realizador e luminoso.
Que nunca haja inimizade entre nós.
Que haja paz, paz, paz.
Namaste...

2 comentários:

  1. Tereza, vim agradecer a visita, e vou virar freguesa.
    Adorei seu espaço virtual e me encantei por saber que o seu espaço físico traduz um sonho que acalento: cultivar alimentos orgânicos (na Mata Atlântica, ainda, é um exagero de bênçãos).

    Muito bons os seus textos. Voltarei.

    Abraço

    PAZ e LUZ

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