quarta-feira, 3 de junho de 2009

empatis

Ontem fez muito frio em São Paulo. 
Fui dar minha aula, sabendo que haveria poucos alunos, porque o primeiro dia de uma estação sempre faz as pessoas correrem da escola de yoga...
Quando saímos de casa para nossas aulas, normalmente temos uma aula preparada, de acordo com a temperatura que está fazendo, com a lua, com o estado de espírito que acordamos, enfim... Precisamos ter uma aula na manga do colete, para nunca correr o risco de dar uma aula ansiosa, ou desconectada, ou ainda, sem conteúdo...
No entanto, sabemos que tudo pode mudar quando nos deparamos com a turma. Temos que ter sempre um plano B. Isso acontece com muito mais frequência do que gostaríamos. 
Ao chegar, me deparei com uma aluna com as costas doendo, uma gripada, duas menstruadas e uma começando naquele dia... Plano B acionado!!!
Colocar todas meditando deitadas, assim seria mais democrático. Enquanto respiram, procuro sentir o ambiente, a energia, o que pode ser feito e o que não se deve fazer...
Tudo isso em 10 minutos, que é o tempo de meditação em uma aula que dura 1h15m. e que eu gosto de finalizar com pranayamas...
Nestes 10 munutos, consigo visualizar uma prática que se adapte a todas e decido dar uma prática restauradora, usando bolsters. Sinto que elas ficam aliviadas.
Eu também tinha essa confiança que meus professores teriam o bom senso de adaptar suas aulas para nossas necessidades e nunca faltava as aulas, estivesse menstruada, com dor de cabeça ou de ressaca...( o que era comum nos primeiros anos de prática).
A aula correu melhor do que eu esperava, consegui dimunuir o ritmo sem diminuir a intensidade e construir asanas confortáveis e eficientes, que trouxessem alívio e bem estar.
Terminei a aula com uma meditação no anahata chakra, mandando luz e conforto para as famílias das pessoas que estavam no acidente de uma aeronave que se perdeu no meio do Oceano Atlântico, quando ia do Rio de Janeiro para Paris.
Nossa cultura não está nem um pouco preparada para aceitar a morte com tranquilidade. como parte da vida... Ficamos desnorteados, enfrentamos nossa falibilidade, nossa imensa vulnerabilidade e a mídia se aproveita disso e nos bombardeia com especulações, porque sabe que de alguma maneira, assistimos aos telejornais, agradecendo que aquelas desgraças não aconteceram em nossas vidas. Parece que ao ver a dor do outro, eu me redimo da minha...
Estranho, pois se pensarmos que não existe separação, que somos todos um, então o sofrimento ou a morte do outro é a minha morte também...

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Que turminha da pesada essa aí!
    Que lindo saber que vocês trabalharam juntos!Com certeza deve ter sido maravilhoso!
    Saudades de vocês...! Vanessa, Patrícia, Rui... Parabéns!
    Cris

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