quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Sejamos felizes todos os dias!!!

Fim de ano e essa euforia histérica do consumo a qualquer preço,
das ruas cheias de gente, de luzes, de trânsito,
por que não podemos dividir essa euforia em todos os dias do ano e assim,
ficarmos generosos todos os dias, lembrarmos de quem tem fome todo dia,
de quem não tem casa todo dia, das crianças e da esperança todo dia,
Poderíamos fazer bazares e ir a asilos todos os dias,
dar jantares e abrigo todos os dias,
roupas e materiais escolares, cestas básicas,
enfim...
E seríamos mais felizes todos os dias do ano
porque fazer o bem, ajudar, ensinar, está provado,
faz bem para a saúde!!!
Minha sugestão é esta: que façamos o bem todos os dias
e que sejamos felizes todos os dias!!!!
Feliz todos os dias do ano pra você!!!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Ondas do mesmo mar...



Maracaípe.
Novembro de 2009.
Por do sol.
Plenitude.
Ondas do mesmo mar.
Pertencimento.
Eternidade.
Moksha:
já estamos onde queremos chegar!!!
Ah....

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Adotar é tudo!


Diana apareceu em nossa casa numa madrugada de chuva.
Pensamos que tinha se perdido de sua matilha, era praticamente um lobo do mato,
devia ter uns tres meses...
Colocamos pão molhado no leite em uma tigela, um tapetinho na varanda e voltamos pra cama.
No dia seguinte, ela continuava lá, enroladinha, morrendo de medo e frio.
Nenhuma matilha tinha vindo resgatar seu filhote.
Resolvemos adotar.
Ela parecia muito assustada, como se tivesse apanhado muito,
fez um escândalo quando resolvemos dar um banho
para limpar as manchas de tinta branca que tinha no corpo,
como se alguém tivesse jogado um balde nela...
Em janeiro, vai fazer dois anos que ela está conosco.
Uma vira lata com cara de lobo do mato,
Lupus Atlanticus, como costumamos dizer...
O cão mais dócil que já vi...
depois dela, nunca mais um cachorro de raça.
E depois dela, outras adoções virão...

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Hoje faz cinco anos que sou feliz para sempre!

Dia 11 de dezembro de 2004, eu finalmente me dei conta
de que o amor já estava ao meu redor
e perto de mim há muito tempo e eu não tinha olhos para ver...
O amor já tinha chegado silencioso no meio de tanto barulho
dentro e fora de mim,
tantos ruídos antigos me assombrando,
tantas lágrimas derramdas,
algumas até no ombro dele,
desabafos de outras histórias mal resolvidas,
e ele ali, sempre com seus olhos e ouvidos atentos,
de coração aberto...
Ele é assim, o meu amor,
companheiro, amigo, sincero
e o mais sedutor homem do mundo
por trás daqueles olhos de cílios compridos...

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Determinação

"Embora algum feiticeiro por aí
possa estar transformando todos os meus gigantes
em moinhos de vento,
ele não tem poderes para destruir nem a minha coragem
nem a minha determinação de continuar nesta aventura!"
Dom Quixote

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

O Futuro dos Alimentos

Este é um vídeo importantíssimo sobre como a Monsanto vem patenteando todas as sementes
e tornando-se dona do futuro dos alimentos. Muito grave...

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Praia de Maracaípe

Esta praia paradisíaca fica no litoral sul de Pernambuco, a menos de uma hora de Recife...
fica ao lado de Porto de Galinhas e é ideal pra quem quer sossego e boas ondas pra surfar...
Pra quem conheceu Porto de Galinhas quando ainda era uma vila de pescadores,
é doloroso ver que se transformou num enorme comércio e se popularizou demais.
Faz tres anos que sempre passo uns dias nesta praia que agora elegi como meu paraíso no nordeste.
Um lugar ainda tranquilo, mesmo na alta estação.
Um lugar onde eu certamente teria uma casa para dividir com amigos e familia momentos de muita alegria...
Por enquanto, ficamos na casa de uma amiga, Rose, que foi uma das primeiras moradoras de lá
e hoje tem uma pousada deliciosa chamada Pousada dos Coqueiros.
Recomendo e assino embaixo.
Namaste...

Fim de tarde...

Fim de tarde e a temperatura da água é ainda mais agradável e só pensamos em correr pro mar...




A praia é tão deserta fora da temporada que cavalos soltos cavalgam tranquilamente pela rua principal...



Vista da varanda

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Incredible India

Pra vocês, este lindo comercial sobre a India, gentilmente cedido pela minha amiga Fernanda Lima...
Pra quem já foi, é uma maneira deliciosa de matar a saudade.
E pra quem ainda não foi, espero que seja uma inspiração...




segunda-feira, 16 de novembro de 2009

It's spring time in paradise...

Would you like some lettuce?

Da argila ao pote (parte 3)

Devemos tirar as amarras, as cordas que fazem com que sejamos como o elefante
que pensa que a frágil corda que o segura desde pequeno é capaz de detê-lo quando grande.
Ou como a águia que foi criada como galinha e ignorava que seu dharma era voar.
Algo que une os humanos é a procura pela felicidade, pela libertação dos condicionamentos.
Por nos livrar desse complexos de potinho, desse sentimento de insignificância,
dessa ideia de sermos limitados.
De nos livrar de nossas amarras e viver, finalmente, cada dia como uma obra de arte,
dando pequenas pinceladas, errando e tentando de novo, descobrindo novos acordes,
surfando ondas diferentes, sendo pessoas melhores.
Sendo melhores amigos, pais, filhos, irmãos.
Sendo, de fato, um um reflexo desta ordem maravilhosa na qual fazemos parte.
Somos tão perfeitos como as ondas do mar. Somos completos e plenos como a Natureza.
Somos livres como os pássaros e auto-efulgentes como o Sol, que brilha com luz própria.
Apenas estávamos esquecidos disso.
Tirando a plenitude da plenitude
Resta apenas plenitude...

Harih Om!

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Da argila ao pote (parte 2)

Cada dia de nossa vida é um milagre.
Cada pensamento, cada palavra, cada gesto, faz parte desta ordem. Faz parte deste Ser.
Nosso dharma é agir, disto não podemos fugir.
Nosso svadharma é compreender aquilo que é correto fazer na vida, a cada momento.
Mas que seja por escolha e nunca por falta de opção, porque somos importantes demais
para vivermos de forma mecânica e sem sentido.
É preciso achar o sentido das coisas. Mesmo daquelas que, aparentemente,
sejam simples e sem importância.
Não estamos sozinhos nunca porque fazemos parte desta ordem chamada Ishvara.
Nascemos por uma complexa combinação de punya e papa, méritos e deméritos.
Existe uma razão. Portanto, não precisamos desperdiçar as nossas vidas,
ou descartá-las como se elas não tivessem valor.
Elas fazem todo o sentido do mundo.
E como somos interligados, como as ondas que fazem parte do mesmo mar, cada gesto importa, e muito.
Cada palavra, cada pensamento faz toda a diferença.
Tudo o que eu fizer, e ainda o que deixar de fazer, reflete-se na ordem.
Portanto, ao invés de lamentar pelo que não temos, devemos nos centrar em apreciar aquilo que temos.
Neste momento, agora, ser feliz agora,
sabendo que o que tenho é aquilo que me cabe naquele determinado momento
e não precisa ser diferente, já que a ordem é justa e adequada, sempre.
Namaste...

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Da argila ao pote (parte 1)

Sofremos da síndrome do potinho.
Se, ao invés de humanos, nascêssemos como potes de argila dotados de mente,
pensaríamos mais ou menos assim: "sou um ínfimo potinho, vulnerável,
esquecido numa prateleira qualquer da cozinha, muito inferior aos outros potes que existem na casa".
O que não sabemos é que os demais potes, por maiores e enfeitados que sejam,
também se sentem muitas vezes inferiores a outros potes.
Também se acham mofados e esquecidos no porão daquela casa onde os donos vivem viajando.
Pensamos que somos um pobre potinho e queremos ser o outro, maior, mais decorado e atraente.
Queremos ter a forma do outro, a função do outro, o design do outro.
Morremos de medo de cair da prateleira e quebrar.
Ou pior, de sermos esquecidos ou jogados fora...
Vivemos com medo porque não sabemos que antes de sermos pote, somos argila.
Apenas estamos, transitoriamente, na forma de pote. Como potes, nos sentimos limitados.
Mas, se quebrarmos, continuaremos a ser argila.
Portanto, não há nada a temer.
O pote está para a argila assim como o corpomente está para o Ser.
Por conta da ignorância existencial, confundimos o corpomente, com todas as suas limitações e dificuldades,
com o Ser que somos, e acabamos por atribuir ao Ser, que é intrinsecamente ilimtado e pleno,
as limitações inerentes ao corpomente.
E não devemos querer ser mais do que argila porque a argila é perfeita em si mesma.
Ela é o Todo!
Nós já somos as pessoas que queremos ser,
perfeitas dentro das nossas imperfeições.
Namaste...

PS: Escrevi este texto a partir do curso sobre Ramagita, com Pedro Kupfer, outubro, Mariscal.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Oração

Que eu tenha sempre palavras claras na minha boca
Que tenha sempre energia em minhas narinas
Que tenha sempre visão penetrante nos olhos
Que tenha sempre audição apurada nos ouvidos
Que tenha sempre força nos braços
Que tenha sempre vigor e resistência nas pernas
Que todo meu corpo esteja sempre saudável
e livre de doenças.

Paraskara Grhasta Sutra
Extraído do livro "Visões do Yoga", organizado por Pedro Kupfer

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Primavera no paraíso


Nossa casa situada num vale a 120Km de São Paulo está em flor!!!
Todas os tipos e cores, formas, origens, tamanhos e nacionalidades resolveram dar o ar da graça no mês que passou...
Divido aqui com vocês este lugar encantado que chamamos de paraíso...

Free Tibet!!!



Preces para a paz no Tibet e para que todas as pessoas do mundo estejam felizes e livres do sofrimento...

Uma rosa é uma rosa é uma rosa é uma rosa...

Flores de manjericão


Tudo começou com uma caixinha de mudas que se multiplicaram e hoje temos pés de manjericão até onde a vista alcança...
Perfuma, protege e é lindo!!!

Orquídeas nas árvores


Nosso orquidário são os troncos das árvores, que estão carregados de flores de todas as cores!!!

Flor de açafrão da terra.



E o azul do céu no fundo? Este fim de semana fez uma lua incrível!!!

Como podem chama-las de "falsas íris"???



Toda semana uma surpresa: acordamos no sábado com estas lindas flores contrastando com o vermelho da casa...

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Pra relaxar...

Um clip de Jack Jonhson, para os momentos em que esquecemos que não somos onda, somos mar...
Fez-me lembrar bons momentos passados em Mariscal...




sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Caminhos do Yoga

Esta foi a India que nossa equipe viu quando gravamos um documentário.

Uma vez que se conhece a India, nunca mais se deixa de pensar nela...
Pelo menos esta foi a India que eu conheci...
Desde então, tenho vontade de voltar...
Mas descobri que não é preciso estar na India
para estar na India.
Cada vez que um amigo vai,
ou quando outro retorna,
eu vou também...
Podemos estar em todos os lugares que queremos
A distância não é real, é metafísica...


quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Indignação em família...

Tenho nojo dessa política do faz de conta!
Só falam em bilhões para isso -
para aquilo - é Copa do Mundo - Olímpiadas -
Transposição do São Francisco - obras faraônicas -
e o sistema de saúde falido -
hospitais caindo aos pedaços - infectados -
sem o menor respeito pela vida...
A Previdência (segundo eles) quebrada - porque o Governo desvia o dinheiro do trabalhador
para fazer esmola
e escravizar mais ainda o povão - é Bolsa Escola - Gás - família - etc....
com esse dinheiro era só dar um salário mínimo digno
que não precisaria de nada disso ---
mas não rende votos para a corja deles...

(E-mail que recebi da minha mãe hoje... e assino embaixo!!!)

MC Yogi

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Tudo passa...

Há três dias, tento digerir o fato de que a pessoa que trabalhava na minha casa há três anos,
simplesmente resolveu sair, arrumou emprego melhor, mudou de opinião,
e esqueceu de nos avisar...
Sei que tudo tem um fim, principalmente se tratando de trabalho.
Já era uma crônica anunciada...
Mas o que me magoou foi a desconsideração, o descaso.
Penso que deveria aceitar simplesmente sem rancor,
achando que ela fez o que lhe cabia naquele momento
e seguir em frente, sem pensar nem olhar pra trás...
Mais do que raiva ou indignação, senti tristeza...
Mas estou tentando olhar pra frente,
pensar que a próxima pessoa será ainda melhor,
mais dedicada, mais pontual, vai cozinhar melhor,
trabalhar mais feliz
e logo tudo vai passar...

terça-feira, 20 de outubro de 2009

A hora de ser feliz é agora!

Faz dois dias que cheguei de Mariscal e o cheiro de incenso da sala de prática continua colado no meu mat.
Ao fazer o primeiro balasana do dia, coloco a cabeça no tapete
e vem o cheiro.
Junto com ele, lembranças de nove dias deliciosos
de estudos sobre o Ser.
Nove dias em total estado de yoga, nove dias de reflexões, leituras, trocas reais e existenciais,
nove dias de encontro com o Ser pleno, completo e ilimitado que somos.
Duro é voltar e não deixar o condicionamentos tomarem conta outra vez.
Olhar os problemas com outros olhos, o trânsito com outra disposição,
as contas a pagar, as questões profissionais, os noticiários cheios de más notícias
e não se abalar com isso, nem se apegar aos dias felizes passados ao lado de pessoas que confiamos e respeitamos,
achando que só conseguimos ser felizes fora das obrigações cotidianas.
Voltar para casa feliz, disposta a fazer o que deve ser feito,
e deixando na lembrança os momentos bons, sem querer prolongá-los,
mas sabendo que todos os dias podem ser como dias na praia...
É preciso encarar meu svadharma, minhas obrigações, com todo amor e dedicação
e não querer o que não me pertence e sim,
ser feliz AGORA com o que tenho AGORA...
Namaste...

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Já somos o que procuramos!

Yoga na vida é uma vida pautada pelo yoga.
Pela vontade de libertar-se de antigos condicionamentos, de tirar o véu que não permite que eu veja
que sou um ser eterno, divino, pleno e ilimitado.
Através de uma vida de yoga eu sou livre para amar incondicionalmente
todos os seres porque entendo somos feitos da mesma substância...
Escolho lutar pela liberdade de todas as pessoas porque sei que enquanto houver um único ser sofrendo,
não poderei estar em paz.
O ser que sofre ao meu lado sou eu...
Nosso dharma é agir!!!
Ficar parado, preso ao que passou é ir contra o dharma.
Nós precisamos descobrir qual é nosso svadharma, nossa missão nesta vida,
e nos entregar a ela.
Dharma é tudo aquilo que fazemos com amor.
É quando estamos totalmente presentes no momento presente e nos sentimos completos.
Assim deveriam ser todos os momentos da nossa vida: verdadeiros presentes!
Não podemos passar os dias acordando para trabalhar e pagar contas
e vez por outra, ter alguns momentos de entrega verdadeira,
de puro amor e contentamento.
Tem que ser o contrário! Tudo é prasada. Tudo é sagrado.
Tudo deve ser vivido com entrega, amor e aceitação.
Ao invés de preocupar-nos com os problemas que ainda não chegaram,
devemos confiar e entregar...
NÓS JÁ SOMOS A FELICIDADE QUE PROCURAMOS...

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Voe no meio

De Dédalo para Ícaro:
Lembre-se de voar em nível médio, pois se descer baixo demais,
suas asas pesarão com a densa água salgada das ondas,
E, se voar alto demais, as chamas do céu
as queimarão de seus lados.
Portanto, faça seu vôo entre as duas.
Namaste...

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Vontade de virar por do sol.

Ando mesmo muito emocionada...
Quase chorei de emoção quando li isto hoje de manhã:

"Um dia, foi-me subitamente revelado que tudo é Puro Espírito.
Os utensílios de adoração, o altar, a moldura da porta,
tudo, Puro Espírito.
Homens, animais, e outros seres vivos-tudo, puro Espírito.
Então, como um homem enlouquecido, começei a espalhar flores
em todas as direções.
Tudo que eu via, eu reverenciava."
RAMAKRISHNA, mestre espiritual bengalês do séc. XIX

Muitas vezes, me sinto assim, com vontade de sair correndo
e virar rio, pedra, flor,por do sol...

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Terça feira com sol

Terça feira com sol e o inferno astral fica mais ameno...
Honro o sol que brilha lá no céu, assim estou honrando o divino que existe em mim...
Honrando o divino em mim, estou honrando o divino que existe em tudo ao meu redor...
E agindo assim, percebo que não existe dualidade.
Eu e o outro somos um...
Assim, não estou sozinha em minhas dúvidas.
Somos um mar de gente querendo a mesma coisa: ser feliz!
Tenho uma aluna querida que está sofrendo de pânico.
tento ajudar como posso durante as aulas, mas a mudança tem que vir de dentro e não de estímulos externos.
O professor está ali para ser como um guia,
mas cada um faz a sua própria trajetória...
Sei que de fora, tudo fica muito mais fácil, mas como estamos todos no mesmo barco,
sinto a sua dor como se fosse minha...
Todas as vezes que me pego entregando os pontos,
sucumbindo a esse "mal estar da civilização",
olho para o sol e ao ver sua magnitude,
penso que essa mesma luz que ele emana,
emana do meu Ser também,
e quando nuvens insistem em cobrir o sol,
como os pensamentos ruins insistem em poluir minha mente
fecho os olhos e agradeço as dúvidas, a dor, até o medo
porque são eles que me fazem crescer...
Namaste...

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Segunda feira com inferno astral

Segunda feira com inferno astral...
Não bastasse a fragilidade típica que me toma as segundas feiras,
deu de começar agora meu inferno astral...
Ouvi de uma amiga que ele começa 50 dias antes do nosso aniversário...
Ainda bem que não sabia disso...
só começou ontem, duas semanas antes...
Ou melhor, faz uns dias que estou me questionando sobre tudo,
trabalho, carreira, missão...
Qual o sentido da minha vida?
Fiz um retiro e não consegui descobrir...
talvez porque o sentido seja exatamente procurar o sentido
assim, passamos a dar sentido a tudo que fazemos
ou pelo menos deveria ser assim...
Este buscar sentido para nossas ações
nos despe de arrogância,
nos faz botar os pés no chão...
porque quando paramos para pensar,
o que, de fato, estamos fazendo com a nossa vida,
descobrimos que perdemos tempo demais com bobagens demais...
pensamos demais...
deveríamos viver mais...
Namaste...

domingo, 4 de outubro de 2009

Uma oração

Que os bons caminhos se estendam ao teu encontro.
Que o vento sopre sempre a teu favor.
Que o sol brilhe cálido sobre teu rosto
e as chuvas caiam suave sobre teus campos.
E, até que de novo eu te veja,
que o Senhor te conserve na palma da Sua mão.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Uma questão de escolha!

Quando assisti ao documentário A CARNE É FRACA, tive que tomar uma atitude imediatamente.
Deixou de ser uma decisão pessoal e virou uma questão política.
Um ato de cidadania.
Parar de comer carne não apenas por compaixão ou por seguir os princípios da não violência numa conduta espiritual.
Mas por convicção político-filosófica-econômica.
Porque não posso ser parte de uma rede que vende tortura e morte em forma de filet mignon.
Não posso compactuar com uma indústria que sobrevive às custas do sangue alheio.
E na pior das hipóteses, caso eu não pensasse na violência contida no meu ato,
não poderia comer um alimento que, para chegar mais rápido ao mercado, e gerar mais dinheiro,
é bombardeado com medicamentos que, por sua vez, passarão para quem o consumir.
Porque é dado tanto antibiótico ao animal para que ele produza mais rápido e macio,
que certamente esta quantidade bestial remédios vai interferir na saúde de quem comer
seu churrasquinho de fim de semana...
Veja bem, não estou falando contra a carne de um gado criado livre, solto, alimentando-se de pasto,
nem do frango de quintal que as familias criam para subsistir.
Falo de comércio!!! Muita gente faturando horrores para produzir uma carne cheia de toxinas
que não vai alimentar nem a décima parte do tamanho das florestas que destrói...
Se o ser humano fosse carnívoro, nós teríamos os caninos muito mais desenvolvidos
e não precisaríamos temperar a carne para mudar o seu sabor...
O que nos difere dos animais é a capacidade de escolha!
No sofrimento, somos todos iguais...
Namaste...

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Liberdade é parar o tempo para um amigo...

Precisava escrever...
Hoje tive uma quarta feira atípica...
Não sei por qual conjunção astral, duas grandes amigas passaram na minha casa...
Uma para o café da manhã e outra, para almoço... mas ela não tinha fome e acabamos só conversando...
Falar com amigos pode ser libertador.
Por isso, dediquei a elas minha quarta feira...
Libertador porque não nos sentimos tão só...
Libertador porque temos alguém que pensa como a gente e tem as mesmas dúvidas...
Libertador porque amigo é muito diferente de alguém que vc paga pra te ouvir...
Libertador porque somos mesmo um em nossas angústias existenciais...
Todo mundo busca a mesma coisa:
Uma maneira de se expressar e de ser compreendida.
E quando não nos fazemos compreender, dói muito...
Porque questionamos onde estamos errando...
Minhas amigas e eu estamos em crise existencial.
Melhor do que nos isolarmos em nossos casulos é trocar...
Obrigada, minhas amigas, por vocês terem me escolhido hoje...
Namaste...

Prefiro ser uma metamorfose ambulante

Ele chegou em casa e eu estava quieta, navegando na internet como quem vai a deriva no meio do oceano, sem pressa...
Sentiu no primeiro momento que eu estava diferente...
Fez graça, puxou conversa, tocou violão, puxou conversa de novo, tentou me animar com aquelas palavras que a gente sempre usa quando alguém que amamos está triste...
Mas eu não estava triste. Estava em crise, é diferente. Gosto de crises, elas me chacoalham,
me obrigam a refletir, considerar, investigar a fundo o que realmente quero da vida...
Se admitirmos a crise ao invés de fugir dela, certamente tiraremos grandes ensinamentos.
Não quero me cobrar perfeição e estabilidade, apenas porque devo servir de exemplo a meus alunos e amigos.
Quero ter direito a pausa. Direito de achar que está tudo errado e devo mudar.
Porque tudo o que não quero na vida é estabilidade. Simplesmente porque ela não existe.
O que existe é equanimidade, equilíbrio, diante dos tsunamis metafóricos que acontecem na nossa vida.
Existe também aceitação, humildade ara compreender que tudo que acontece
é para nosso crescimento.
O que estou sentindo nestes dias de crise, TPM ou inferno astral, seja lá que nome tiver,
é uma crise existencial criativa,
e todas as vezes que recebo os questionamentos que me aparecem com compaixão,
acabo tirando grandes ensinamentos.
"Prefiro ser essa metamorfose ambulante ,
do que ter a mesma velha opinião formada sobre tudo"....
namaste...

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Não adianta apressar o que precisa amadurecer.

A segunda feira passou e a síndrome continuou...
Vontade de parar no tempo, vontade de ficar quieta e escutar o silêncio.
Devemos respeitar os momentos em que o corpo pede que paremos...
Algumas vezes, melhor é não agir do que agir pela metade.
Toda crise é uma grande oportunidade de crescimento,
assim devemos olhar o problema de frente, lutar para que possamos superar
e entregar, porque muitas vezes não adianta apressar o que precisa amadurecer.

Hoje vieram duas alunas novas, de perfis absolutamente diferente.
A aula que eu havia preparado não seria a melhor aula para iniciantes,
então, imediatamente, mudei a aula que daria...
Fiz uma aula suave, restaurativa, enfatizando a respiração e a parte mais filosófica do yoga.
No fim da aula, dois feedbacks completamente diferentes:
uma, agradeceu imensamente, disse que tinha encontrado o que buscava,
que como eu havia dito na aula, yoga sem respiração não é yoga, é alongamento.
Esta pessoa que buscou o yoga porque estava estressada e ansiosa,
encontrou na minha aula, um oásis de paz e imediatamente, foi fazer sua matrícula.
A outra me perguntou: não tem uma aula que me faça suar e perder peso???
Disse que sim, que se ela procurar, vai encontrar várias aulas mais aeróbicas do que a minha...
Depende do que se quer com o yoga, eu disse.
Yoga visa a libertação, moksha.
O que não visa moksha e sim, um corpo sarado, não é yoga.
Imagino que esta aluna não voltará...
Namaste...

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Medo de não cumprir o dharma

Sofro de síndrome de segunda feira...
Não tenho vontade de fazer nada, a não ser prolongar o domingo no corpo, na mente, no coração.
Isso não deve ser bom... Uma professora de yoga com síndromes...
Pois é... Temos síndromes, doenças, angústias existenciais...
E, graças ao yoga, passamos a administrá-las de forma mais tranquila, tentando não ferir ninguém,
porque acreditamos e praticamos ahimsa, não violência.
Ao estudarmos as escrituras védicas, vislumbramos o caminho, compreendemos que o Ser é essencialmente pleno,
feliz, por isso não há nenhuma razão para ter medo...
Mas nós temos medo... Principalmente de não cumprir o nosso dharma, de ficarmos amarrados nas armadilhas do ego
que já entendemos como apenas aquele que age, e nos desidentificarmos com ele...
Mas nos identificamos o tempo todo, porque convivemos mais com o ego, aquele que age,
do que com o Ser, aquele que somos.
Precisamos meditar mais, seja de que maneira for, praticando asanas, caminhadas, surf,
plantando,cozinhando, escrevendo trabalhando,
precisamos viver em estado meditativo.
E isso significa simplesmente viver em estado de atenção.
Atenção com o que pensamos, falamos,
com nossos atos e escolhas,
atenção ao outro...
namaste

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Meditando no tempo...

PAUSA. Feche os olhos...
Pense na maneira como você tem se tratado... Com amor, ou com indiferença?
Você simplesmente re-age aos acontecimentos?
Agora pense nas pessoas mais próximas... aquelas que moram com você...
Você realmente as enxerga? Ou olha e não as vê???
Você não está deixando de ver seu filho crescer, sua mulher amadurecer, seu marido se afundar no trabalho, porque está sem tempo???
Mas o que é tempo???
Esse aí do qual todos sentem falta e ninguém tem???
E o tempo da pausa, do abraço, do sonho???
E o tempo de perder a noção do tempo quando estamos inteiros no que fazemos?
É deste tempo que estou falando...
Este é o único tempo que conta...
O tempo que para quando estamos com quem amamos, fazendo coisas que realmente nos interessam, viajando...
O tempo que exige que falemos: queria que o tempo parasse agora...
Por que não parar sempre???
Por que não conseguir parar o tempo de manhna, de tarde, de noite, de segunda a sexta?
Criar seu próprio tempo...
Tempo de parar o tempo...
Namaste...

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Somos ondas do mar...

Inspire...
Tente sincronizar sua respiração com as ondas do mar...
Sinta-se como uma onda neste imenso mar...
Nada mais importa...
Nem o presente nem o passado...
Apenas a onda...
Apenas este momento...
Apenas a sua respiração...
Entregue a este momento seus medos, suas fraquezas, condicionamentos...
Renda-se...
Quando estamos em grupo, nossa energia é potencializada.
Saiba que todos aqui buscam a mesma coisa que você: a felicidade...
A boa notícia é: Nós já somos felizes!!!
Se pararmos de procurar fora o que está guardado lá dentro, descobriremos que já somos o que queremos ser!!!
Tudo já nos foi dado!!!
O maior presente nós já ganhamos: nascer como humanos...
A ignorância desta plenitude que somos é o que nos faz sofrer...
E todos sofremos...
Pobres de nós, perdidos, procurando em shoppings, carros, viagens, jóias, vestidos e plásticas o que já temos de sobra...
Gastando um tempo enorme e energia danada trabalhando para comprar o que temos em abundância...
Só precisa fechar os olhos e esperar...
só precisa respirar...
Namaste...

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Quem sou quando não cumpro um papel???

“Eu quero a sorte de um amor tranqüilo, com sabor de fruta mordida...”

Sempre disse que esta música de Cazuza era meu hino... Talvez porque sempre estive envolvida em relações complicadas, passionais, egoístas e intensas...
Desde a adolescência, tive vocação para casos complicados...
E achava que amor era isso. Sofrimento, lágrimas, despedidas...
Isso que eu sentia e sentiam por mim era, na verdade, projeção.
Éramos seres ignorantes e perdidos na ilusão de sermos o nome que nos chamaram, ou a profissão que escolhemos,
o amor de outra pessoa, ou pai de alguém, mas e o Ser?
Quem eu sou realmente? Quem eu sou quando estou desidentificada destes papéis que escolhi exercer?
Não sei. Mas pelo menos agora compreendo o real estado de plenitude do Ser que posso vir a ser
mesmo que momentaneamente eu esteja identificada demais com meu ego e não consiga enxergar.
Sei onde posso encontrá-lo. E certamente não é fora de mim...
Em coisas simples como um mar morno e transparente, um por do sol ou um arco-íris visto inesperadamente,
uma flor desabrochando, um gesto de carinho de um desconhecido ou mesmo fazendo amor com quem amamos,
nossa felicidade está muito mais perto do que pensamos,
e podem estar nestes fragmentos no tempo que nos trazem alegria e paz...

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Viver o dharma.

Ser íntegro significa ser coerente entre o que se diz e o que se faz.
Não importa onde trabalhemos ou moremos; se numa cidade como São Paulo ou num ashram na Índia.
Estamos onde devemos estar. Por isso, resta-nos agir de onde estivermos com as ferramentas que dominamos.
Não adianta acharmos que mudando de endereço, os problemas ficarão na casa velha.
Já sabemos que não adianta fugir, pois os problemas vão conosco em nossas malas.
Viver o dharma não é apenas estudar as escrituras sagradas.
É aplicar o dharma no trânsito, na fila do banco e com as pessoas que pisam no nosso calo.
São estas pessoas os nossos maiores mestres.
Namaste...

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

A vida é Mahalia.

A vida é mahalila, um grande jogo.
Sendo jogo, deveríamos nos divertir muito mais, rir mais, ser mais leves, mais brincalhões.
E nos envolvermos menos com os diversos papéis que cumprimos, pois eles são apenas isso:
personagens de um grande espetáculo.
Em francês, a palavra usada para o ato de representar é “jouer”.
Em inglês, “to play”. Ambas também significam jogar, brincar.
Se levássemos a vida menos a sério, talvez fôssemos mais felizes...
As coisas são como são porque não podem ser diferentes.
Nossa tentativa de buscar uma causa para tudo é que faz com que soframos.
Quando algo vai mal, pensamos em por que isso aconteceu comigo? O que fiz para merecer isto?
Por que eu? Por que?
Buscar causas para tudo é individualizar demais os fatos da vida....
Mais do que saber as causas, o importante é continuar o jogo. Tenha certeza: nada é pessoal!
Deus está ocupado demais pra te culpar ou castigar. As outras pessoas também estão ocupadas demais
tentando jogar o jogo delas.
As coisas são assim porque são, porque de alguma maneira você escolheu passar por isto para evoluir, para aprender.
Namaste...

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Sagrada foi a vida e sagrada é a partida.

Quando perdemos alguém que amamos, devemos aceitar, mesmo sentindo uma dor que parece que não passará nunca...
Aceitar com amor! Porque sagrada foi a vida e sagrada é a partida.
Quem garante que lá, onde ficam os espíritos, não é muito mais bonito do que aqui?
O que ficou por dizer, o que não fizemos foi o que poderíamos ter feito naquele momento.
Um dia, nos reencontaremos com quem partiu sem se despedir.
Somos seres espirituais vivendo brevemente como humanos!!! Voltar a ser espírito deve ser como voltar para casa...
Ishvara Pranidhana é também oferecer os frutos das ações a esta força maior.
Ou seja, tanto a intenção, a causa, quanto os frutos que virão são oferecidos. Nada fica para nós.
O ego, aquele que age, nada colhe. Ele age porque é seu dharma agir, mas desapega-se dos frutos.
Isto muda a concepção errônea que às vezes temos de karma yoga, como sendo ação desinteressada, sem expectativas.
Neste caso, existe a expectativa porque quando ajo, espero os frutos da ação, mas os entrego. Nada fica!
O ato de comer passa a ser sagrado. Não vemos o alimento apenas como o objeto de satisfação de nossa fome e sim, como uma prasada, uma oferenda divina, que merece ser degustada com atenção.
Nosso banho deixa de ser algo automático e passa a ser como banhar-se nas águas dos rios sagrados.
E assim, todos os nossos dias podem se tornar sagrados, assim como todos os nossos atos.
É só manter a conexão. É só não cortar o cordão...
Namaste...

terça-feira, 15 de setembro de 2009

O que tem que ser, será...

No Bhagavad Gita, Krishna diz: “ Aquilo que tiver que ser, será”.
Isto significa que não adianta resistir àquilo que nos acontece diferente do que gostaríamos.
Aconteceu porque sim. Ao invés de procurar razões, dizer sim à vida! Sim, sim, sim.
Receber de braços abertos como a montanha recebe a chuva, o vento, as devastações
e não deixa de ser montanha.
Permanece firme, cumprindo a sua missão de montanha.
Nietzche diz: “Aquilo que não me mata imediatamente, me fortalece.”
Receber a dor como ensinamento, como presente, oportunidade de crescimento e não lutar contra ela.
Encarando a dor, eu a recebo e me fortaleço!!!
Namaste...

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Fazer de cada ato uma oracão

Ishvara Pranidhana é entregar-se a Deus. É render-se....
Este deus que pode ter a forma que você quiser, pode ser santo, guru, iluminado, do reino animal, do mineral,
pode ter a forma da onda do mar, pode ser rio, pode ser por do sol, Buda ou Cristo,
mas é alguém ou algo aos pés de quem você se prostra.
Seja deitado, de joelhos, abaixando a cabeça ou com o sinal da cruz. Você se curva.
Entregar-se é muito mais do que respeitar. É dedicar cada minuto de sua existência a essa força suprema.
É fazer com que cada ato seja sagrado. Deixar de re-agir e passar a agir com discernimento,
porque essa capacidade de escolher entre o certo e o errado é a única diferença que temos dos animais.
Como seres humanos e encarnados, podemos ritualizar cada ato que fazemos,
dando às nossas ações o caráter de escolhas e não de reações.
Assim, eu escolho agir de acordo com as leis do dharma e fazer de cada ato um puja, ou seja, uma doação.
Eu existo para servir a algo que é muito maior que o meu ego que faz.
Trabalho para melhorar a vida das pessoas ao meu redor, e procuro não ferir nem magoar ninguém
com palavras ou atitudes. Isso é Ishvara pranidhana.
Namaste...

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Porque ele sou eu...

“A amizade atinge a sua irradiação total na maturidade da idade e do espírito.”
Montagne

No caminho espiritual, encontramos muitos amigos.
Pessoas que se irmanam em uma mesma busca e isso as torna mais próximas do que outras
que conhecemos há muitos anos. Sempre me inquietou esta enorme familiaridade,
essa sensação de “dejá vu” com pessoas que mal conhecemos.
Só posso crer que este é apenas um re-encontro e que já éramos parte da mesma egrégora em outras vidas.
Estes re-encontros vem carregados de impermanência em sua própria natureza e assim,
fica mais leve, sem cobranças, porque parece que sabemos que há uma “liga” maior que nos une:
a liga do caminho espiritual, da busca de quem somos, da compreensão de que somos um
e a vitória do outro também é nossa.
“Na amizade a que me refiro, as almas entrosam-se e se confundem em uma única alma, tão unidas uma a outra que não se distinguem, não se lhes percebendo sequer a linha de demarcação..” (Montagne)

Montagne escreve em seu lindo ensaio sobre a amizade,
porque ele amava incondicionalmente seu amigo Etienne de La Boétie:
“Se insistirem para que eu diga porque o amava, sinto que não o saberia expressar senão respondendo: porque era ele... porque era eu”...
Aos amigos que encontro no caminho, dedico meu amor incondicional,
porque ele sou eu, e porque eu sou ele...
Namaste.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Precisamos não ter medo de procurar.

Yoga não é um conhecimento para ficar trancado em guetos,
e sim, para ser vivido em todas as horas e lugares e por todas as pessoas.
É muito fácil ficarmos trancados em nossos deliciosos retiros e cursos
que enchem nossa alma de sentido e certezas.
O duro é ser yogui onde ninguém é... Onde a gente se sente um alienígena.
Todos, que estamos na busca de quem somos, já somos mestres, apenas ainda não sabemos...
Intuimos que a vida tem um sentido muito maior do que as funções que nosso ego cumpre,
mas ainda temos um véu que insiste em não nos deixar ver.
Para isso, buscamos nossos mestres. Para que eles nos ajudem a tirar o véu.
Portanto, ao se deparar com um mestre que deposite em você expectativas e cobranças, tenha compaixão.
Entenda que ele é tão passível de falibilidade quanto você, apenas está a alguns kilômetros na sua frente.
Ou metros...
Levei muito tempo pra entender o que nenhum mestre vai me ensinar:
que aquilo que eu insisto em procurar nos livros e nas aulas, está dentro de mim.
Preciso apenas parar de ter medo de procurar...
No Bhagavad Purana, Krishna diz:” você deve ser um jardineiro de Deus, administrando cuidadosamente o jardim,
mas jamais se tornando apegado por aquilo que irá florir ou brotar; que irá dar frutos ou que irá murchar e morrer.
A expectativa é a mãe da frustração e o aceitar, nos dá paz.”
Assim, agradeço aos mestres que me acolheram, assim como àqueles que me frustraram.
Talvez tenha sido com estes que eu mais tenha aprendido...
Namaste.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Conhecimento guardado é estrume.

No Bhagavad Gita, krishna nos ensina que:
“Obtem-se a paz quando todos os desejos dissipam-se dentro da mente sem criar qualquer distúrbio mental,
como as águas de um rio entram no oceano sem causar qualquer distúrbio”
Assim, quando nos depararmos com pessoas, pelas quais sentimos admiração, devemos ser como a abelha
que tira de cada flor o necessário para fazer o seu mel.
Devemos absorver de cada mestre que encontramos a sua experiência, mas tendo a sabedoria de não esperar
que a nossa jornada seja igual a dele.
Esperar que o professor nos guie pelos caminhos que ele percorreu, necessariamente levará a frustrações.
Na relação com um mestre, é preciso ser tábula rasa, não idolatrar,
e nem esperar que ele tenha por você a mesma admiração que você tem por ele.
Afinal, não foi ele que te escolheu. Foi você quem o procurou.
No entanto, não devemos confundir desapego com indiferença.
O verdadeiro mestre distribui seu conhecimento sem distinções, sem esperar nada em troca.
Ele dá porque esta é a sua missão. Ele sabe que deve ensinar como retribuição ao que aprendeu com seus próprios mestres.
Como disse meu professor: conhecimento guardado é estrume!!!
De nada adianta criarmos métodos, escrevermos livros, se não exercitamos o conhecimento na prática.
O estudo serve para chegarmos ao auto conhecimento, mas a erudição por si só não leva ninguém à iluminação.
É preciso compartilhar, não apenas com os iguais, mas principalmente, com os que discordam de nós.
A erudição é uma faca de dois gumes.
É preciso ter muito cuidado para não nos acharmos melhor do que os outros,
nem nos fecharmos em pequenos grupos de “iguais”,
porque assim, vamos contra a essência do yoga que é a união e a expansão.
Namaste...

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Cabe a nós a escolha do caminho...

EXPECTATIVA: esperança, baseada em supostos direitos, probabilidades ou promessas; algo que se espera.

Quando nos programamos para fazer alguma coisa, inevitavelmente, surge uma expectativa.
No caso de uma viagem, a respeito do lugar, das pessoas que vamos conhecer, da comida, dos hábitos...
No trabalho, esperamos ser reconhecidos, remunerados, respeitados.
Ao praticar asanas, espero um corpo saudável que me permita vivenciar minha sadhana da melhor maneira possível.
Quem escreve, espera ser lido...
Quando começamos uma relação amorosa, por mais que digamos que não esperamos nada da outra pessoa, no fundo esperamos que dê certo.
Do contrário, ficaríamos sozinhos.
Enfim, quando buscamos algo, queremos encontrar...
Isso também acontece em relação aos nossos estudos, às diversas formações pelas quais passamos e aos mestres que vamos encontrando pelo caminho.
Esperamos encontrar nos mestres as respostas de nossos enigmas quando, na verdade, eles, os enigmas, fazem parte do nosso desenvolvimento e de mais ninguém.
Os mestres também estão em busca da solução dos seus enigmas.
Queremos deles atenção, tempo, dedicação, mas eles também tem seus mestres e também querem tempo e atenção.
Cobramos coerência, retidão, e generosidade, mas às vezes esquecemos que eles também são humanos, lutando desesperadamente para não se deixarem levar pelo ego que insiste em querer dominar.
Ao escolhermos um mestre, devemos ter claro que ele não está ali para nos pegar pela mão e conduzir em direção a iluminação. Ele pode nos indicar o caminho, mas as estradas que tomamos, cabe apenas a nós, escolher.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Tudo é tão pouco...

"Trago dentro do meu coração como num cofre que não pode fechar de cheio,
todos os lugares onde estive,
todos os portos que cheguei,
todas as paisagens que vi através de janelas ou vigias ou de tombadilhos,
sonhando, e tudo isso que é tanto é pouco para o que quero."
ALVARO DE CAMPOS

A saudade faz parte do jogo.

O que fazer quando a saudade de quem amamos nos faz sofrer???
A saudade é parte da vida. Devemos reconhecê-la, e não nos identificarmos com ela,
assim como fazemos com os pensamentos que perturbam a nossa meditação.
Aprendemos a deixá-los passar, a não dar a eles uma importância maior do que eles realmente tem: a de pensamentos.
Quanto ao amor que nos leva a dividir a vida com alguém, devemos aprender a vê-lo como o amor incondicional que somos, que enxerga no outro a sua própria liberdade, que não vê diferença entre eu, ele e os outros.
Muitas vezes somos tentados a jogar em quem está mais próximo as nossas frustrações e traumas,
abusando do conforto que a intimidade nos dá. Devemos tratar quem está do lado com mais cuidado ainda,
porque são estas pessoas que mais nos ensinam.
Então, a medida da saudade de um yogi, assim como a de todas as suas ações, deve ser o amor!
Enquanto tivermos um ego que age mais rápido do que o Ser que ainda não conhecemos,
nossa medida deve ser a retidão que ensina krishna a Arjuna:
“Não abalado pela adversidade,
Não procurando a felicidade ardentemente,
Livre do medo, livre da raiva,
Livre das coisas do desejo:
Eu o chamo um vidente, um iluminado.
Os vínculos de sua carne estão quebrados.
Ele é feliz e não se rejubila.
Ele é infeliz e não chora.
Eu o chamo iluminado.
Obedecer ao Atman
É sua alegria tranqüila:
A tristeza se dissolve
Nesta paz transparente.
Sua mente se aquieta
Logo se estabelece na paz.”
Namaste..

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Tapas para dar sentido.

Tapas é um esforço que se faz para crescer espiritualmente.
Quando decidimos mudar, normalmente o primeiro obstáculo é largar hábitos que estavam condicionados.
Uma tarefa muito dura e que exige grande determinação, mas quando colocamos tapas,
ou seja, quando transformamos em um voto espiritual, nossas ações ganham mais sentido.
“Ir além dos limites impostos pela percepção limitada da realidade”.
Afinal, é para isso que praticamos yoga. Para enxergar além do que os olhos alcançam.
Para tomar as rédeas de nossas vidas. Para não mais deixar-nos levar ao acaso das situações e das emoções.
Para não mais sofrer.
“A vida é sofrimento”, dizia o Buda. Aquele que tinha tudo para permanecer no estado de ignorância e alienação que seu pai proporcionava, fechado entre quatro paredes de um castelo, feito sob medida para que ele não conhecesse a realidade.
Ao sair, descobriu que seu castelo era de areia e quis entender as dores do mundo, vivendo em extremo ascetismo,
em busca de uma maneira de acabar com o sofrimento de todos.
A origem do sofrimento é a ilusão.
Ilusão de sermos incompletos, finitos,
e tomarmos o mundo como nos é mostrado, como a única realidade.
Através do auto conhecimento que o yoga proporciona, compreendemos que somos apenas ignorantes .
Assim, o yoga tem a capacidade de nos des-iludir. Mostrar que estamos identificados com algo que não é.
Precisamos enxergar o que é...
Quando colocamos tapas em nossas vidas, estamos resgatando nosso infinito poder, e nos re-unindo com quem, de fato, somos.
Tapas revela a força que nem sabíamos que existia e nos enche de auto estima porque é a prova de que dominamos a vida e não o contrário.
Namaste...

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Tudo é prasada...

Tudo é prasada, disse a professora de vedanta.
Tudo vem de Deus.
Esta afirmação abriu meus olhos e alma e entendi que tudo que fazemos é sagrado.
Assim, cada gesto, cada alimento, cada palavra adquire sentido.
Posso invocar Deus em tudo que fizer ou disser.
Isso muda a perspectiva de tudo.
Dá significado a tudo que faço.
Quando algo indesejável me acontece, devo receber como presente de Deus.
Sabemos que toda crise é uma oportunidade de crescimento.
Ao invés de sentir pena de mim achando que fui injustiçada,
posso aceitar alegremente o que me acontece, tentando extrair algum ensinamento disso.
E se tudo é dádiva divina, devo saber que o que me pertence por direito me será dado.
Não preciso criar expectativas porque sei que elas são fonte de frustrações,
pois expectativa significa esperar que alguma coisa aconteça de determinada maneira.
Não devo esperar nada.
Cada vez mais, aprendo que devemos simplesmente fazer o que deve ser feito, cumprir nossas obrigações,
porque é para isso que estamos aqui: para cumprir nosso dharma, nossa missão espiritual.
Não esqueçamos nunca: não somos seres humanos vivendo uma experiência espiritual.
Somos seres espirituais, tendo uma breve experiência como humanos...
Namaste...

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Do your duty...

“Do your duty”, me disse um sadhu de Rishikesh. Cumpra o seu dever.
Se estamos encarnados em um corpo denso, é porque temos que agir!
Senão, seríamos pontos de luz, teríamos uma forma mais sutil...
Há uma meditação na qual reverenciamos tudo o que encontramos na natureza: as pedras, as árvores, animais,
pedindo desculpas pelo sofrimento que causamos a eles.
E temos causado danos demais a todas as espécies, inclusive a nossa...
É fato que o homem é o único animal que mata sem ser para saciar a fome...
mata por crueldade, por dinheiro, por sadismo...
Todas as noites, os jornais eletrônicos enchem nossas casas de tragédias e más notícias
causadas pela nossa própria espécie.
Não ficamos sabendo de baleias poluindo mares,
nem de ursos degelando geleiras,
muito menos de onças cortando árvores e incendiando florestas...
Obras exclusivas do bicho-homem.
Todos os direitos autorais reservados a eles, a nós.
Contrariamos, assim, o princípio do vedanta que diz que tudo é sagrado.
Tudo vem de Deus.
Assim, quem maltrata uma planta, um animal, uma pessoa,
está invalidando o sagrado que existe em si mesmo. Está invalidando o deus dentro de si...
Namaste...

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Tudo é sagrado...

Na Índia, o cumprimento mais freqüente é Namaste, o deus que existe em mim reverencia o deus que existe em você.
Isto nos mostra o quanto o sagrado está incorporado na vida das pessoas.
Respeitar o outro é cultural, não obrigação.
Na nossa cultura de “vencedores”, não tem muito espaço para respeito.
As pessoas são homenageadas apenas quando estão para morrer ou depois de mortas.
Aquele que para no farol vermelho é babaca e o que dá passagem no trânsito é medroso.
Quem corrompe ou engana é eleito e quem desvia dinheiro não vai preso.
Agora, quem rouba comida para alimentar a família cumpre pena...
Na nossa cultura, roubo, propina e suborno são considerados crimes, dependendo da conveniência.
O sagrado é o que faz sucesso. E o que faz sucesso é o que vende.
E o que vende dá mais dinheiro. Logo, o sagrado é o dinheiro.
E por causa dele, florestas, rios, espécies inteiras estão desaparecendo. Nosso ar está acabando!!!
Milhões de pessoas já sofrem com a falta de água potável...
Outros milhões são refugiados de guerras que levam a lugar nenhum e matam cada vez mais pessoas!!!
E os que sobram, passam fome!
Onde foi parar o sagrado???
Se o sagrado não existe mais ou não é digno de respeito,
então, concluo tristemente que nós não existimos mais. Ou melhor, nossa cultura faliu!!!
Precisamos de outros paradigmas!
O paradigma do vedanta: TUDO È SAGRADO !
Namaste...

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Todos os caminhos levam a meditação...

Quando canto mantras, sou instantaneamente tomada por uma onda de felicidade
e sinto, na pele, no coração que sou esta onda, que sou felicidade, paz e amor.
O mantra eleva o pensamento, abre o coração e comunga com os deuses.
Aliás, mantra deve ser a língua dos deuses.
Amma diz que, nesta era em que vivemos, Kali Yuga, as pessoas não conseguem ter a paz necessária para meditar,
por isso, devem cantar. Seus satsangs são permeados por música, deixando bem claro que é este o caminho mais curto
e direto para entrar em contato com o deus que existe dentro de nós.
Em seus bhajans, Amma diz aquilo que seu abraço personifica:
tudo é amor, viemos do amore a razão de viver é o amor.
Sat chit ananda, somos conciência divina, plenitude e bem aventurança.
O Yoga surge para nos lembrar quem realmente somos,
para tirar o véu da ignorância que não nos pernite ver que já somos o que queremos ser.
A meditação é uma das ferramentas para se atingir este “despertar” e os mantras, uma das ferramentas da meditação. Portanto, ao entoarmos mantras, estamos caminhando no sentido da meditação e neste caso, os meios justificam os fins...
Sinto-me inclinada a fazer meditações enquanto caminho, ou quando planto flores no meu jardim, ou mesmo quando pratico asanas livremente, despretenciosamente, sem querer chegar a lugar nenhum.
Apenas pelo prazer de estar ali, presente, viva...
Algumas vezes, enquanto faço sementes germinar ou multiplico as espécies que já tenho, ou enquanto rego as flores ou misturo a terra que germinará os vegetais que vou comer, consigo me desidentificar completamente do ego que sou e viro flor, viro manjericão e lavanda, viro terra, semente, derrubo a fronteira que me separa da natureza.
Derrubo as cercas que me impedem de ver que sou igual a tudo que existe fora de mim.
Mas ainda resisto muito a ficar totalmente imóvel. Não é o silêncio que me angustia, é a imobilidade...
Devo forçar-me a ficar imóvel, mesmo que minhas costas doam e eu não consiga parar de perceber esta dor,
até que ela vai tomando conta da minha mente ou devo continuar alegremente a entoar os mantras
que me dão tanta paz que até esqueço das dores do corpo?
Qual seria o caminho certo? Haveria caminho certo? Ou certo seria cada um cumprir seu dharma e sermos todos felizes?
Cada vez mais entendo que o que importa é dedicar um tempo para a contemplação, para a devoção...
Não importa como nem por quem. Importa saber que existe uma força muito maior regendo tudo e render-se diante dela...
Namaste...

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Somos yoguis, não importa que estilo seguimos...

Sempre tive vergonha de cantar, até participar de um kirtan pela primeira vez.
Entoar os nomes de Deus dava sentido ao canto, não importaria a afinação, a correta pronúncia do sânscrito,
importava apenas a intenção.
E quem há de dizer que isso não é meditação?
É como se o coração derretesse em forma de lágrimas
que escorrem de felicidade
em deixar-se tomar pelo amor incondicional que estes cantos revelam.
Cantar os nomes sagrados equivale a mergulhar na profundidade dos sastras tentando comprender o sentido da vida.
O que difere é o meio. Um usa o intelecto e o outro, o coração. Mas ambos compartilham a entrega, a devoção.
Um é jnanin; outro é bhakta. Mas somos todos yoguis, não importa se cantamos para Krishna ou Shiva;
ou se seguimos este ou aquele mestre, desta ou daquela linhagem.
Importa que saiamos de nosso estado de adormecimento e despertemos.
Importa que nos desidentifiquemos de nossos inúmeros vrittis.
Há alguns paradoxos na maneira de nos relacionarmos com o yoga que não entendo...
Se yoga significa juntar, ligar, tornar-se um, como podemos dividi-lo em títulos por ordem alfabética como em uma enciclopédia? Por que criamos tantos rótulos que acabam por nos dividir em guetos?
O que era para tornar-se uma egrégora, corre o risco de virar torcida organizada de futebol.
Com direito a pancadaria verbal e moral. Tudo isso pra que?
Pra provar o que para quem?
Para ser o melhor? Mas se todo o esforço é no sentido da desidentificação, do desapego, no sentido da unidade,
do todo, do somos todos um...
Pra que ser o melhor?
Se for assim, o que estamos praticando não é yoga e sim, o último lançamento da indústria da moda, estrelado por Madona.
Quando estamos unidos pelo canto ou pelos estudos, desaparecem estilos do sul ou do norte, de fulano ou sicrano,
somos realmente um, uma só alma, uma só testemunha, um só ser...
Então, cantemos, amigos, na cama, no chuveiro, no mar ou na montanha, pois como diz o ditado:
quem mantra, os males espanta!
Que estejamos protegidos e unidos.
Que estejamos nutridos e unidos.
Que possamos trabalhar juntos pelo bem da humanidade.
Que o nosso saber seja realizador e luminoso.
Que nunca haja inimizade entre nós.
Que haja paz, paz, paz.
Namaste...

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Os erros nos despem de arrogância...

Sofremos muito mais quando somos jovens porque ainda não entendemos que nada é definitivo,
muito menos nossas escolhas erradas. Os erros são o que nos move a fazer melhor da próxima vez...
Sem eles, seriamos como cópias piratas de um documentário produzido pelos nossos pais.
Devíamos agradecer aos tropeços que damos porque são eles que nos fazem parar para pensar,
porque nos despem de arrogância, porque nos fazem crescer.
Bom mesmo é aprender com os passos que vamos dando, cada vez menos trôpegos...
A idade tem destas gentilezas...
Aos vinte anos, vemos apenas nosso próprio umbigo;
aos trinta, o umbigo do parceiro, mas aos quarenta, percebemos que todos os umbigos são iguais.
Não queremos mais ser, nem muito menos, ter o umbigo do outro.
E passamos a encarar o vazio com respeito e admiração, deixando que ele se preencha ao acaso.
E isso é delicioso. Não mais planejar, não mais querer ser mais rápido que o tempo...
Apenas fazer o que tem que ser feito e esperar.
Deus mora nos intervalos...
Saber aceitar as transformações, inclusive físicas, e as limitações que o tempo trás.
Para o auto conhecimento, o tempo só conta a favor.
A idade vem para nos ensinar o que a juventude não quer ver:
que não somos nosso corpo.
Ao perceber isso, vemos que não somos diferentes do mendigo que pede um trocado
ou do cara na cadeira de rodas que vende chicletes na rua.
Todos nascemos, crescemos e morreremos...
E passamos a andar por aí de vidro aberto, trocando sorrisos, cumprimentos e dando passagem
a quem ainda tem pressa de chegar a algum lugar...
Namaste...

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Felicidade não se vende em prateleiras...

Muitas vezes, andamos por aí, cegos pelos sentidos, correndo pelas ruas a procura da felicidade,
imaginando que ela está sempre fugindo de nós e que precisamos chegar antes
pra pegar lugar na sua fila...
Vejo tanta gente perdida, acreditando que a felicidade vai estar no último lançamento imobiliário,
automobilístico ou informático.
Tanta gente se matando de trabalhar para comprar a felicidade que nunca estará nas prateleiras.
Simplesmente porque se busca fora o que só existe lá dentro.
Nunca vão inventar uma tecnologia que forneça felicidade.
O que se pode sintetizar são comprimidos, proibidos e permitidos, que iludem ainda mais
e dão uma imensa ressaca quando o efeito passa.
Felicidade não vai vir de fora nunca...
Tanta gente com medo de envelhecer, porque velhice é vendida pela indústria cosmética
como falta de higiene, descuido, ignorância.
Tanta gente sofrendo em mesas cirúrgicas achando que vai ser mais feliz se tiver
umas gorduras a menos ou uns peitos a mais...
Tanta gente correndo riscos desnecessários em anestesias gerais, bisturis e UTIs infectadas...
Tanta propaganda enganosa levando pessoas a correr risco de vida...
E tanta gente enriquecendo às custas das ilusões alheias.
O que nos faz bonitos são as marcas das histórias que vivemos
e que forjaram quem somos.
Sem nossas rugas, seríamos um mapa sem países, livros sem palavras...
E muito melhor do que chegar em algum lugar é o caminho, os amigos que fizemos,
e, principalmente, as estradas erradas que tomamos
e nos permitiram conhecer lugares que não havíamos programado.
Namaste...

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Tanta pressa pra chegar onde?

Muitas vezes somos movidos por atos insensatos, que não sabemos como nem de onde vem...
E corremos atrás de nosso próprio rabo, e praticamos atos que não queríamos, falamos coisas que não deveríamos
e ferimos pessoas que não poderíamos.
Enfim, somos como que tomados, possuídos pelas emoções.
Pobres de nós...Tantas vezes fora de nós...
Agindo pelo instinto, pela força da gravidade que nos puxa para baixo...
No trânsito o que mais vemos são pessoas agindo de forma completamente egoísta.
Fechados em seus vidros escuros, protegendo seus rostos da indignação dos outros,
tornam-se arrogantes e violentos.
Como se nada mais existisse além da caixa de ferro que os aliena de tudo e de todos.
A falta de solidariedade impera nas ruas da cidade.
Tanta pressa para chegar aonde, fazer o que???
Pressa que estressa por si só. Pressa que nos impede de olhar nos olhos, de sorrir, interagir...
Pressa que pode nos matar...
Estamos nos fechando cada vez mais em nossos pequenos guetos
e deixando escapar oportunidades de aprender com a diferença.
Estamos olhando demais para nossos umbigos numa corrida desenfreada para vencer...
mas vencer o que e de quem?
Precisamos entender que não importa onde vamos chegar, nem quando...
Nós já estamos onde queremos ir...

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Da plenitude a plenitude

“Tirando-se a plenitude da plenitude, somente a plenitude resta”.
Esta é a maior prova de que a natureza nos contemplou com amor e plenitude em abundãncia.
Por causa dos sentidos, sofremos, e esquecemos que somos bem aventurança.
Caminhamos pela Terra envoltos pelo manto da ignorância e pela dor que ela nos causa.
Procuramos o yoga como uma forma de nos livrarmos desta dor, tomando as rédeas de nossas vidas
e caminhando em direção a uma luz que não sabemos onde fica, mas temos certeza que existe.
Quando compreendi que não era aquilo que aprendi a aceitar como eu, e sim, um Ser eterno, completo
e observador de tudo o que acontece sem perder o distanciamento entre aquilo que vivo e aquilo que sou,
pude, finalmente, entregar-me completamente, amadurecidamente a outro Ser.
Não era mais um “frankestein” composto por pedaços colocados juntos ao acaso,
movendo-me desengonçadamente em um corpo que não encaixa a procura de outro corpo que me completasse...
Mas um Ser que, em conformidade com o universo, aceita e respeita todos os movimentos como parte da existência.
Perceber a imensidão do Ser que posso vir a ser mudou toda a minha percepção de tempo e espaço.
Não mais a pressa de encontrar o santo graal... ele está dentro de mim, de nós...
Não mais querer, alcançar, conquistar e sim, ser...
Não mais a pressa e sim, a contemplação.
Porque tudo o que temos pressa pra conseguir, tudo o que desejamos,
já é, já está, já possuímos...

“Dentro do coração, em uma pequena cavidade, repousa o universo. Um fogo arde aí, irradiando em todas as direções.”
Mahanarayana Upanisad
Namaste...

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

O fio que nos une

Tudo nos leva a passar pela vida pulando de galho em galho como macacos na árvore das nossas emoções,
inquietos, famintos, e nem sabemos de que...
E deixamos de lado vocações e sonhos para cumprir papéis.
Tantos são os personagens que exercemos que esquecemos que esta vida é apenas uma parte de nossa imensa experiência espiritual. É apenas um dos muitos espetáculos de que participamos. E tudo na base da improvisação. Não há tempo de ensaiar para melhorar esta ou aquela cena, muito menos temos um diretor cuidando para que estejamos perfeitos na estréia. Temos que ser one man show em início de carreira: autores, produtores, diretores e intérpretes de nossas vidas. E ainda temos que saber cantar, dançar, representar e fazer malabares se for preciso...
E o yoga é o fio que nos guia, um farol que ilumina o oceano de nossas turbulências
e permite que encontremos o caminho de volta para casa, para nós mesmos...
A compaixão é a grande razão para estarmos no mundo, concordam todas as religiões.
Escolhemos experienciar a vida na terra para amarmos os outros seres e nos ajudarmos mutuamente.
Mais uma vez o fio... Porque tudo está ligado.
Assim como é no macrocosmo, é no microcosmo.
Se a natureza vive em perfeita harmonia, se rios e mares, ventos e chuvas, pedras e flores, sol e lua, convivem respeitosamente e se complementam, assim somos nós. Ou deveríamos ser, não tivéssemos cortado o fio que nos liga aos outros, tão envolvidos pela ignorância quanto nós, tão sedentos de felicidade como nós...
As vezes vejo gente morando na rua, em caixas de papelão e penso: onde está a minha dignidade se permito que outro igual a mim, perca a sua dignidade desta forma? Cada pessoa que morre de fome e frio, é uma parte de mim que morre junto...
Não podemos esquecer nunca do fio...
O fio da união... Yoga...
Namaste...

terça-feira, 11 de agosto de 2009

entrevista

Entrevista comigo no site da Prana Yoga Journal
Tereza Freire
Professora de Yoga, locutora e historiadora conta os ensinamentos que a prática lhe proporcionou



Por Natália Dourado

EY: Quando ocorreu seu primeiro contato com o Yoga? Como aconteceu?

Comecei a praticar em 1999, na Competition, por curiosidade e com todos os preconceitos do mundo. Na primeira aula, eu já me rendi. Descobri que era isso que eu estava procurando e, como muitos ocidentais, fiquei seduzida pelo aspecto físico do Yoga. O espiritual veio depois. Acabei descobrindo um caminho sem volta.

Há quantos anos você pratica Yoga? E há quanto tempo você dá aula?

Pratico há 10 anos e dou aulas há 3. Fiz curso de formação com o Pedro Kupfer , pensando que seria apenas por diletantismo, mas fiquei tão fascinada que resolvi compartilhar o conhecimento que adquiri.

Quais as principais recomendações que você dá para seus alunos que desejam se aprofundar na prática?

Asana é apenas o caminho e não o fim. Yoga tem muito mais para oferecer. Faça cursos, retiros, estude e procure a companhia de quem pratica há mais tempo que você.

Sua formação é em Hatha Yoga e especialização em Sattva Yoga. O que te atraiu em cada estilo e o que aprendeu de mais relevante em cada um deles?

A formação do Pedro Kupfer é completa. Ali se aprende muito mais do que a parte física do Yoga. Com ele, entrei em contato com Vedanta e mudou totalmente o sentido da minha prática. Já o Sattva Yoga veio depois. Eu estava com problemas sérios nas costas e em um workshop com o Gustavo Ponte, fiquei encantada com a prática e fui ao Chile estudar com ele. Fiz também uma formação que considero fundamental com a Susan Andrews. Uma pessoa muito forte, apesar da aparência doce e frágil. Com ela, aprendi que Yoga é um caminho sem volta e que “There’s no free lunch”, ou seja, estamos nesta vida para trabalhar.

Quem são seus mestres? O que eles te ensinaram que você colocou em prática na sua vida?

Acho que ainda não devo estar pronta, pois o mestre ainda não apareceu. Respeito vários mestres, entre eles Amma e Swami Dayananda. Com Amma, tive uma epifania. Diante dela, senti o mundo se dissolver e isso é muito forte. Respeito todos os professores que tive porque foram eles que me ensinaram e me inspiraram neste caminho. E cada vez mais, percebo que o mestre é você mesmo porque os professores nos ajudam a tirar o véu da ignorância, mas o bom mestre quer que você siga o seu caminho.

De que maneira o Yoga transformou a sua vida?

Completamente! Tanto que me tornei professora. Porque senti na pele a força deste ensinamento e quis dividir com os outros por pura gratidão.

Você é historiadora, locutora e já aliou a prática de Yoga com seu trabalho quando escreveu e dirigiu o documentário Caminhos do Yoga, em parceria com a jornalista Daisy Rocha. Como foi essa experiência?

Este filme foi um presente que o Yoga me deu e só aconteceu graças a Daisy, que produziu e viabilizou todo o projeto. Eu estava começando a prática e essa imersão na cultura hindu me levou a lugares de mim mesma que eu nem sabia que existiam. Acho que isso aparece no filme. Não é um documentário de um expert e sim de uma aspirante, de alguém que olha sem julgar. Talvez essa seja a riqueza de Caminhos do Yoga.

Para fazer o documentário, você viajou para a Índia. Foi a primeira vez que você esteve nesse país? O que mais chamou sua atenção?

Foi a primeira vez que fui e ainda não voltei. Pretendemos fazer outro documentário no sul da Índia com a mesma equipe. O que me chamou a atenção foi o fato de a filosofia estar completamente integrada na cultura deles; não é algo distante e acadêmico como no ocidente. E as pessoas são o mais bonito retrato da Índia.

Há planos para unir produção de DVD e Yoga novamente? Você continua atuando como locutora também?

Fui convidada para fazer a locução do DVD da Prana Yoga Journal, o que me honrou muito, pois sou fã da revista e pela possibilidade de juntar os dois trabalhos que faço. E sim, continuo fazendo locuções; é um trabalho maravilhoso que não me toma muito tempo e me permite praticar e dar aulas. As locuções permitem que eu dê apenas uma aula por dia. Dou aulas na escola Satya Mandir Yoga.
Você dá aulas na Mata Atlântica, onde também cultiva alimentos orgânicos e ervas medicinais. Onde é o local e como são as aulas?
Casa Crudo, é este o espaço na Mata Atlântica que é um projeto de vida. Um lugar muito especial para onde vou todos os fins de semana. Cultivar os alimentos que como tornou-se uma prioridade e quero dividir este prazer com amigos e alunos. Lá, praticamos, fazemos caminhadas, colhemos o que vamos comer e preparamos juntos as refeições. No fim da tarde, fazemos massa de pizza e, à noite, acendemos o forno à lenha e abrimos um bom vinho porque ninguém é de ferro. Costumamos dizer que nossa alimentação é sem crueldade, porque o termo vegetariano ainda assusta muita gente, o que é uma pena.

Você acha imprescindível ser vegetariana para praticar Yoga?

Não acho que seja imprescindível ser vegetariano para praticar, mas se você se aprofundar, verá que não faz o menor sentido ser cúmplice de uma indústria suja e predadora. Parei de comer carne por convicção política e espiritual, mas tem pessoas que precisam comer carne por recomendação médica. Se fosse o meu caso, eu trocaria de médico.
Quais são seus próximos projetos?

Estou escrevendo um blog chamado Yoga na vida e quero transformar esta experiência em livro. Quero também fazer retiros, como o que farei no fim de setembro em Maresias e participar dos retiros dos amigos. E a curto prazo, participar do Sangam e ficar em Mariscal para o módulo três do curso do Pedro Kupfer. Além disso, agora que estou com estúdio de voz em casa, pretendo gravar livros de yoga para deficientes visuais e claro, estudar vedanta na Índia!

Para saber mais sobre Tereza Freire visite:

http://yoganavida.blogspot.com

www.satyamandiryoga.com.br

Yoga sutra

Yoga Sutra poderia ser traduzido, grosso modo, como “os fios da união”, uma vez que sutra significa fio e yoga, união...
E por que não? Se yoga é um caminho, uma trilha que vai de um lugar a outro, uma direção que escolhemos tomar,
uma maneira de agir, e, consequentemente, um destino, um dharma...
E este dharma busca re-unir o homem ao divino.
E ao conectar-se com o divino, ele percebe que é igual a este: eterno e completo.
Fio que conduz o homem pelo labirinto e salva-o dos minotauros da vida.
Fio que guia o homem de volta para casa...
Os minotauros seriam os nossos vrttis, padrões de comportamento repetitivos que insistimos em seguir
porque nos é mais confortável. Confortável porque conhecido.
Enquanto o conhecimento do Ser infinito que somos, pressupõe uma jornada em direção ao completo desconhecido.
Ao escuro. Pelo menos é o que pensamos...
No entanto, este que nos parece tão distante é quem realmente somos...
Mas tanto tempo passamos distantes que nem mais o reconhecemos.
Talvez seja esta a grande charada da vida. Desaprendemos tudo que sabíamos no momento em que nascemos,
para que, através da dor causada pela ignorância de nosso real estado de plenitude,
queiramos nos re-ligar ao divino que somos.
É aí que entra o yoga.
Namaste...

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Sabia, mas não tinha olhos pra ver...

Muito mais perto do que imaginamos, pode estar nosso verdadeiro amor...
A beleza está sempre nas coisas mais simples, e normalmente não está embrulhada para presente.
Porque é real, não precisa de embalagem. O amor não precisa de provas e declarações para existir. Ele é em si.
Tudo está dito. Tudo em harmonia, fluindo como um rio em direção ao mar, seguindo o curso natural...
Assim é o amor.O resto é ilusão. Expectativas que despejamos nos outros em busca de algo que ninguém pode nos dar, egoísmo disfarçado de entrega, paixão disfarçada de amor...
Relações intensas de emoções e vazias de compaixão, que acabam por causar danos enormes na nossa alma.
Relações frágeis em sua essência porque fundadas no desejo, que um dia acaba, tão repentinamente quanto começou e não sobra nada, porque na paixão não há espaço para amizade, simplesmente porque não amamos o outro e sim, o que ele noz faz sentir.
Paixão é autofágica, alimenta-se de si mesmo.
Vemos apenas aquilo que nos é refletido, como na alegoria da caverna de Platão.
O mundo passa a ser a projeção daquilo que queremos ser e sentir.
A verdadeira luz que é inerente ao Ser não é refletida porque não há luz na caverna.
Com o tempo e sem as luzes que vem de fora, tudo fica escuro e a paixão, como as sombras, acabam e nada mais há para ser visto, para ser vivido. Podemos continuar na caverna, esperando que venha outra luz de fora ou sair, mesmo que a realidade fora da caverna ofusque nossos olhos.
É preciso maturidade para enxergar o amor... porque ele é dadivoso, realiza-se na felicidade do outro, nada quer para si, alimenta-se de dar. E quanto mais o tempo passa, ao contrário da paixão, mais o amor se fortalece.
Já me lancei de abismos de olhos vendados para provar o quanto gostava de alguém. Hoje não preciso mais provar nada. Ando com meus olhos bem abertos, e foi com eles que pude enxergar o amor que eu sabia que existia, mas ainda não tinha olhos para ver...
Namaste

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Somos plenitude...

Plenitude. Este é o estado do Ser que somos. Que deveríamos manter 24 horas por dia.
E só não mantemos porque nos embaraçamos nos devaneios do ego que pensamos que somos...
Claro que vivendo numa cidade como São Paulo parece utopia ter tempo para descobrir quem somos...
Mas a nossa inquietude permaneceria se estivéssemos no meio do mato plantando feijão.
Porque a ignorância do nosso real estado nos persegue, está enraizada em nós, faz parte da nossa essência.
E nos deixamos levar pela mente que não para...
A mente pode nos libertar e pode ser nossa maior inimiga...
A não ser que trabalhemos arduamente para mudar isto.
Mudar é trabalho duro porque desfaz tudo o que acreditávamos ser e ter.
Requer coragem. A gente se acostuma a ser de um jeito e prefere continuar assim a tentar algo desconhecido...
E vai morrendo aos poucos, perdendo o brilho, minguando...
Esquecendo que acordar todo dia é um milagre...
Esquecendo que a vida é jogo, brincadeira.
A única diferença entre nós e os iluminados é que eles entenderam isso.
Vêem a vida como um show que passa e não se envolvem com ela..
Tem um conto budista que diz que Deus estava cansado com tantos pedidos dos homens e queria se esconder. Perguntou a um monge para onde deveria ir e o sábio respondeu que ele deveria esconder-se no único lugar que os homens não o procurariam: dentro de seus corações.
Muito mais perto do que imaginamos está a genuína felicidade...
Namaste...

terça-feira, 4 de agosto de 2009

As conexões ocultas

No livro que estou lendo, "As Conexões Ocultas", de Fritjof Capra, fala-se que, segundo o estudo WORLD HUNGER:TWELVE MITHS, a abundância e não a escassez, é a palavra que melhor descreve a produção de alimentos no mundo atual.
No decorrer dos ultimos 30 anos, o aumento da produção global de alimentos superou em 16% o aumento da população mundial. Estas estatísticas evidenciam a má fé da idéia de que os transgênicos são necessários para alimentar os famintos.
Diz ainda que as causas radicais da fome no mundo não tem relação alguma com a produção de alimentos.
As pessoas passam fome porque os meios de produção e distribuição de alimentos são controlados pelos ricos e poderosos.
Ou seja, a fome no mundo não é um problema técnico, mas político.
Como podemos lutar contra este estado de coisas?
Consumindo localmente apenas produtos com certificado orgânico.
Namaste...

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Outdoors verdes

O livro do Fritjof Capra que eu estou lendo, ou melhor, tentando ler, é sobre uma mudança total de paradigma. para isso, uma "alfabetização ecológica" é necessária. Isto significa compreender, de fato, como os ecossistemas se juntaram para sustentar a vida.
E depois, elaborar um projeto que aplique este conhecimento a uma reformulação total das atuais tecnologias e instituições sociais.
Não sair por aí usando o termo sustentabilidade, porque vende mais, como algumas empresas estão fazendo indiscriminadamente. Daqui a pouco vai ter cigarro sustentável, armas ecológicas, bambas nucleares "verdes"...
O filme , cujo link deixei no post, "Story of Stuff" mostra a falência deste modelo do consumo a qualquer preço.
O livro do Capra mostra o caminho para a mudança, uma verdadeira revolução, não uma revolução disfarçada e
maquiada por trás de"outdoors verdes".
Nunca estivemos tão distantes da natureza. Pior, nunca fomos tão vorazes em relação a ela...
Namaste...

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Story of Stuff

http://www.youtube.com/watch?v=3c88_Z0FF4k
Clique no link acima e veja: Story of Stuff.
Este é um vídeo que mostra claramente como está falido este paradigma do consumo a qualquer preço.
Mostra como os paíse mais ricos são responsáveis pela devastação do planeta, na medida em que, para não poluir o que sobrou de seus recursos naturais, poluem os outros países.
Mostra o quanto estamos comprando coisas demais e, por isso, alterando os valores: você vale o quanto consome...
Uma ótima reflexão que vale a pena ser vista com atenção!!!
Namaste...

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Escolhi o conforto...

Agradeço a todos que se manifestaram sobre meu dilema hamletiano de vender ou não vender o carro...
Sou obrigada a dizer que cedi, por pressões familiares, profissionais, estruturais, logísticas, físicas(preguiça) e outras mais...
Vou manter o carro por um tempo e usar o menos possível!!!
Será que consigo? Hoje mesmo, chuva torrencial, acordei gripada, posso e devo ficar em casa. Primeiro, para não contaminar ninguém. Segundo, porque como trabalho com minha voz, todo cuidado é nenhum no inverno poluído e este ano, úmido, de SP... Não existe nada pior para um um locutor do que ficar sem voz...
E a gente tenta disfarçar no telefone quando ligam chamando para um
trabalho, mas o problema é que técnico de audio tem ouvido de tuberculoso... Sentem, percebem a mínima falha na sua voz. Tentar disfarçar nariz entupido então, melhor não tentar...
Por isso, dou-me o direito de ver a chuva da janela e se alguém me ligar, gravo do meu estudio e, quem sabe,
consigo disfarçar...
Escolhi o conforto nestes dias frios e chuvosos...
Vou tentar, por um tempo, esta equação de ter carro, mas não usar...
mas então, pra que ter???
Escolhas... A única coisa que nos diferencia dos outros animais é a nossa capacidade de escolher. Livre arbítrio!!!
Namaste...

terça-feira, 28 de julho de 2009

Curso de Alimentação Viva!!!

Dia 1 de agosto, sábado, vai ter curso de Alimentação Viva!!! Li o livro e fiquei fascinada. tentamos umas receitas no sítio e é impressionante. Alimenta e dá muita vitalidade. Ideal pra quem está precisando se desintoxicar um pouco.
Experimente!!!
Inscrições: www.casamoksha.com.br
Namaste...

segunda-feira, 27 de julho de 2009

O retorno da dúvida...

Dúvida hamletiana: vender ou não vender o carro???
Acabo de chegar da concessionária, o carro ficou pronto!!!
Fui buscar de metrô, voltei dirigindo.
Tempo de ida: 15 minutos.
Tempo da volta: 1 hora...
na ida, caminhei despreocupada, cruzei pessoas, vi lojas(isso é um problema...), paguei contas, li um pouco(só fico enjoada no onibus), caminhei duas quadras e estava em plena Imigrantes...
Por que as oficinas de seguradoras são tão longe??? Tinha esta opção e outra em São Caetano... Escolhi essa.
Na volta, peguei um trânsito infernal, me perdi, briguei com um motoqueiro, buzinei para um outro carro que buzinou pra mim, tive que dizer não pra um monte de mendigos, devo ter levado uma multa porque falei no celular, peguei mais trânsito quando finalmente encontrei o caminho, outra possibilidade de multa quando parei em fila dupla pra receber um cachet que o cara da produtora se recusou a ir ao meu encontro na porta, já que não tinha onde estacionar, fui encontrar umas amigas e gastei R$10,00 de estacionamento porque também não tinha onde estacionar, larguei o delicioso papo e voltei pra casa antes do que queria pra fugir do trânsito do fim da tarde...
Por outro lado, parei no supermercado e enchi o carrinho... Minha casa estava meio desabastecida ultimamente...

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Sobre transgênicos.

"O Ministério da Agricultura lançou uma cartilha informando a população sobre os benefícios de alimentos livres de agrotóxicos, bem como sobre a questão dos produtos transgênicos que "colocam em risco a diversidade de variedades que existem na natureza". Porém essas cartilhas não serão distribuidas porque
a indústria dos alimentos transgênicos (Monsanto), entrou com uma ação que impede a distribuição. A cartilha foi ilustrada pelo Cartunista Ziraldo."
Prof. Jorge Sobral S. Maia
Departamento de Biologia
Centro de Ciências Humanas e da Educação
Universidade Estadual do Norte do Paraná

vejam aqui e divulguem:
http://mail.google.com/mail/?ui=2&ik=0ccff6dd03&view=att&th=122ac6d7a921555f&attid=0.1&disp=attd

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Liberdade leva a Liberdade...

Vinte e quatro dias sem carro:
Hoje fiz um programa delicioso meio sem querer, coisas que a liberdade de estar a pé, permite...
Estava na Paulista, passando em frente a estação do metrô e lembrei que não tinha nada pra jantar hoje em casa.
Entrei e fui para a Liberdade. Dez horas da manhã, gente de todo jeito, alto, baixo, magro, idoso, estudante, crianças, uns lendo, outros cochilando, a maioria séria, concentrada. Pensei: que bom momento para praticar yoga... Posso meditar, posso fazer pranayamas, e se estou de pé, posso me alongar pendurada nas barras de ferro que as pessoas usam pra se segurar. Faz uma tração deliciosa na coluna... Mas decidi observar. E quem há de dizer que isso não é yoga?
Comprei tofu, missô, nirá, shitake, guioza e claro, uma garrafa de sake.
Jantar para dois por apenas R$40,00!!!
Namaste...

terça-feira, 21 de julho de 2009

Upanishad é auto conhecimento

"Tu és o primeiro, o sol, o vento,
a lua e as estrelas brilhantes.
Tu és mulher, homem, és o velho
capengando com sua bengala.
Tu és a borboleta de azul profundo.
Tu és o papagaio verde com olhos vermelhos.
Tu és o relâmpago.
Tu és as estações e os mares.
Tu és a fonte de todas as fontes."
Shvestashvatara Upanishad